Em tempos dos saques do FGTS liberados pelo governo federal e de pagamento do 13º salário, é importante cuidar para um equívoco financeiro que é mais comum do que parece: guardar o dinheiro em vez de pagar as contas atrasadas. Ou ainda mais: aplicar os valores enquanto poderia antecipar o pagamento de dívidas conseguindo um desconto, que pode ser até pela não incidência do juro sobre as parcelas que faltam.
Sei que a coluna Acerto de Contas está sempre orientando os leitores para que façam uma reserva financeira para imprevistos e também para ter economias para o futuro, da aposentadoria própria a uma poupança para filhos ou netos. Mas isso deve ser feito quando as contas da casa estão em ordem. Se não, ao fim e ao cabo, se está perdendo dinheiro e isso é um pecado capital das finanças pessoais.
Explico o motivo: o juro de uma dívida atrasada é, em 99% dos casos, maior do que a rentabilidade de aplicações financeiras. Então, não compensa. Veja abaixo as duas tabelas que mostram isso:
Empréstimos para o consumidor
Taxa de juro ao ano:
Média 115,56%
Cheque especial 275,24%
Cartão de crédito 266,06%
Juro do empréstimo X Juro do investimento
Taxa média de juro ao consumidor: 115,56% ao ano
Rentabilidades:
Poupança: +3,85%
Ibovespa: +22,81%
Fontes: Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac) e Quantitas
Agora, o motivo pelo qual a taxa dos empréstimos cobrada pelas instituição financeira é tão mais alta do que o juro que as mesmas pagam para os investidores, a coluna não sabe explicar. Talvez nem Deus saiba o que tem nessa caixa preta. As instituições financeiras alegam inadimplência e carga tributária. Economistas apontam a margem de lucro mesmo. Veja o que a coluna Acerto de Contas já publicou sobre o assunto: Juro sobe para o consumidor mesmo com manutenção da taxa Selic
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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