No aniversário de dois anos de GaúchaZH, colunistas escrevem especialmente para você, assinante, trazendo dicas preciosas.
Eu sei que vocês esperam de mim uma resposta certeira quando me perguntam onde investir o tão suado dinheirinho. Mas eu não tenho, pessoal. Escolher uma aplicação financeira envolve estratégia, uma pitada de acompanhamento da economia e até mesmo um exercício de autoconhecimento para entender como somos e o que queremos das nossas finanças.
Agora, eu posso sim dar dicas para vocês engordarem o cofrinho. Aliás, faço isso sempre lá na coluna em GaúchaZH porque essa bandeira das finanças pessoais mora no meu coração. Minha proposta aqui hoje, no entanto, é destacar duas coisas que vocês precisam saber para investir seu dinheiro.
Uma delas é olhar para a grana e enxergar o que pretendem fazer com ela. É para uma viagem daqui a três meses? É para a entrada no apartamento? Ou é para a aposentadoria? Quanto tempo até lá? Acreditem, isso vai dizer muito sobre o caminho a seguir. O período em que você poderá "sentar" no dinheiro sinaliza, por exemplo, se haverá tempo para lidar - de sangue frio - com oscilações de mercado, abrindo espaço para aplicações de maior risco, que são as que tendem a dar um retorno melhor. Também diz se você consegue pegar alíquotas menores de tributos, que, ao contrário, podem corroer o juro que vai pingar na sua conta.
O ambiente de investimentos está mudando. Aquela taxa de juro referência da economia e que eu noticio sempre, chamada de Selic, é a "culpada". Isso porque ela está em queda, deve cair mais e traz para baixo a rentabilidade da renda fixa, que garantia a mágica dos juros compostos sem esforço do investidor. A poupança, por exemplo, rende 70% da Selic. Se a taxa cai, o retorno da caderneta também fica menor. Mas a renda fixa ainda é ruim? Não, mas exige mais atenção, por exemplo, aos custos de administração que a instituição financeira está cobrando de vocês. Qualquer taxinha mais alta fará um estrago na sua rentabilidade. Por outro lado, o juro menor tende a melhorar o desempenho das empresas, o que aumenta a atratividade da chamada renda variável. Destaque para as ações negociadas na bolsa de valores. Ok, eu entendo quem diz que não quer depender da alta dos papéis - e nem sofrer com a baixa, claro. Mas há empresas que são "boas pagadoras de dividendos", que nada mais é do que a divisão do lucro que elas fazem trimestralmente entre os acionistas. É quase um "obrigada por apostar em nós, siga conosco".
Para fechar, lembre-se que ao investir você também está apostando na economia, já que coloca no mercado dinheiro que será emprestado depois pelas instituições financeiras ou para que as empresas turbinem seus negócios. Está girando o mercado de crédito. Fazendo tudo direitinho, você terá dinheiro para investir em você, naquela viagem que falamos no início do texto, comprar a casa própria sem um endividamento de décadas e - a minha preferida - realizar efetivamente todos os sonhos que tem para a aposentadoria.