Representantes da mantenedora da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), a Aelbra, realizam uma série de reuniões em Brasília em busca de apoio para o processo de reestruturação financeira da rede de educação. Já se encontraram com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e também senadores.
Em conversa com a coluna Acerto de Contas, o reitor da Ulbra, Ricardo Rieth, explicou que há questões que precisam ser tratadas com os ministérios. Entre elas, a mudança recente da natureza jurídica da instituição. Até novembro de 2018, a Aelbra, mantenedora da Ulbra, era uma associação de cunho educacional sem fins lucrativos, passando depois a ser uma sociedade anônima (S.A). O fato foi usado como argumentação pela Justiça do Rio Grande do Sul para indeferir o pedido de recuperação judicial da empresa. Segundo o reitor, isso também tem impacto nos programas federais que a Ulbra participa.
— Temos 19 mil bolsistas em todo o país. O trabalho de reestruturação e a recuperação judicial buscam garantir os benefícios desses estudantes, para que ninguém seja prejudicado. Ser uma S.A. tem regras diferentes e estamos no processo de adequação. Queremos seguir pagando a dívida tributária e manter as bolsas - diz Ricardo Rieth.
Rieth também está negociando a abertura de 16 novos cursos no segundo semestre de 2019. Destaca aqueles que são parcialmente presenciais, como enfermagem, engenharia civil e engenharia mecânica automotiva.
— São cursos de alto valor agregado e faz parte da reestruturação da Ulbra.
O pedido de recuperação judicial da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) foi negado pela Justiça do Rio Grande do Sul há pouco mais de uma semana. O entendimento do juiz Marcelo Tonet é de que não foram cumpridos os pressupostos processuais, o que leva à extinção do processo. O argumento foi usado pela própria União ao pedir o indeferimento.
A Ulbra entrará com recurso, que está sendo analisado pela equipe jurídica da instituição. O reitor Ricardo Rieth acredita que isso ocorrerá já nos próximos dias.
O pedido de recuperação judicial da Ulbra foi ajuizado no dia 6 de maio à noite, conforme noticiado pela coluna Acerto de Contas já na manhã do dia seguinte. A solicitação englobava dívidas financeiras, com fornecedores e trabalhadores. O montante chega a R$ 2,4 bilhões. Outros R$ 5,8 bilhões são as dívidas tributárias, fazendo com que o endividamento total da empresa supere R$ 8,2 bilhões.
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