Quadro Fique de Olho no programa Acerto de Contas, com Francine Silva. Domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha.
Ao observar a lembrança trazida pelos pais de uma viagem ao Nordeste, Maico Eduardo Goedtel, de 35 anos, teve a ideia de transformar um ouriço de castanha-do-pará em cuia de chimarrão, que normalmente é feita de porongo. Até então usado como enfeite, o recipiente virou suporte para a bebida típica dos gaúchos. Durante dois anos, o estudante de arquitetura e empresário do ramo de pedras de Dois Irmãos, no Vale do Sinos, carregou a sua cuia exótica.
O acessório chamava a atenção de amigos na faculdade e no trabalho. Depois de tanto receber elogios pela criação, resolveu arriscar. Procurou na internet como comprar ouriços de castanha e encontrou o contato de um índio de uma tribo do Pará e que tinha WhatsApp. Foi dele que Maico comprou a primeira leva de 60 ouriços.
Todos foram transformados em cuias, que são trabalhadas e impermeabilizadas pelo próprio Maico. Como canal de venda, o empresário escolheu o Instagram, onde criou o perfil cuia_estilo. Em três meses, todos os exemplares foram vendidos.
— Depois disso, comprei mais uma leva, mais outra e mais outra. Deu muito certo, as pessoas gostaram muito — relembra, ao contar que tudo começou em 2017.
Hoje em dia, os ouriços são comprados através de um intermediário, que vai de barco até uma tribo indígena escolher as cascas. O fornecedor leva cerca de dois dias de barco para buscar a mercadoria. Já nos correios, o produto leva mais cerca de 10 dias.
— Compro normalmente nesta época, que é safra. Lá, eles normalmente não dão importância ao ouriço, que é queimado em época das chuvas. Assim, eu consigo reaproveitá-los, o que é sustentabilidade — avalia.
Cada cuia sai por R$ 50. O valor arrecadado é usado por Maico para viajar:
— Já deu para acumular um valor bacana — afirma.
Ouça mais detalhes no programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha):