Foi novamente adiada a votação do plano de recuperação judicial da Artecola. Instalada nessa quinta-feira (11) em Novo Hamburgo, a assembleia geral de credores foi suspensa e será retomada no dia 26 de novembro.
O motivo foi um prazo maior para negociar com credores, explica o advogado Laurence Medeiros, da Medeiros & Medeiros Administradora Judicial, que atua no caso. Segundo ele, o advogado da empresa disse que haverá bastante mudança no plano de recuperação judicial apresentado aos credores.
Se o plano de recuperação judicial for aprovado pelos credores, irá depois para homologação da Justiça. Só então, começa a ser executado.
A Justiça autorizou em fevereiro o pedido de recuperação judicial da Artecola Química. A empresa ajuizou o pedido ainda naquele mês . Segundo Laurence Medeiros, da Medeiros & Medeiros Administradora Judicial, a dívida de R$ 780 milhões subiu para R$ 825 milhões após analisadas impugnações, contemplando cerca de 1 mil credores das seis empresas do grupo. Pela proposta, os créditos trabalhistas serão pagos em doze parcelas mensais.
A Artecola é uma empresa da holding FXK Administração e Participações, que tem sede em Novo Hamburgo. O grupo havia contratado a consultoria Iwer para reestruturar o negócio. O grupo sofreu descapitalização com a MVC, empresa na qual a Artecola era sócia da Marcopolo, de Caxias do Sul. Enfrentou problemas no cumprimento de contratos públicos para construção de 208 creches.Paralisou obras e argumentou falta de pagamento por parte dos governos.
No plano de recuperação judicial, a empresa colocou as "razões" do pedido:
"A crise financeira das Recuperandas foi resultado de uma infeliz combinação de acontecimentos negativos, iniciada com o ingresso do Grupo Artecola, após aquisição de participação societária da empresa Gatron Inovação em Compósitos S.A, no mercado de construção civil mediante aderência ao Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância) que, em face da crise que tem afetado o Brasil na última década, provocou, a partir do ano de 2014, sucessivos e relevantes inadimplementos pelos órgãos públicos, “esvaziando” o caixa do Grupo Artecola. Somado a isso, a crise acarretou abruptos cortes de crédito junto a fornecedores e instituições financeiras, acabando por prejudicar ainda mais os negócios. Esses fatos acima citados, conforme já devidamente demonstrados na petição inicial do pedido de recuperação judicial, geraram a crise econômico-financeira e de liquidez das Recuperandas que culminou no pedido de Recuperação Judicial." - diz o documento.
Em março do ano passado, a empresa anunciou o encerramento das atividades da Arteflex. Produzia calçados e fazia parte do grupo Artecola. Fechou uma fábrica em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, e outra em Itanhandu, Minas Gerais.