Após demitir mais de 100 pessoas em Três Coroas, a Di Cristalli está fechando a fábrica de calçados de São Francisco de Paula, na Serra. A empresa era a maior empregadora do município, com 360 postos de trabalho.
Representante da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Calçado e do Vestuário do Estado do Rio Grande do Sul, João Nadir Pires esteve no município na manhã desta quinta-feira (09). Trabalhadores fizeram uma manifestação.
Vice-prefeito de São Francisco de Paula, Thiago Teixeira conta que foi negociada com a empresa uma alternativa ao fechamento, mas a Di Cristalli manifestava o receio de prolongar a situação e não conseguir nem pagar verbas rescisórias. Demonstra preocupação sobre a recolocação destes trabalhadores e apostará na atração de novas empresas para ocupar o pavilhão até então usado pela fabricante de calçados.
A coluna Acerto de Contas procurou a Di Cristalli para informações sobre o fechamento. Não recebeu retorno. Na ocasião das demissões em Três Coroas, a empresa mandou a seguinte manifestação:
"O setor calçadista vem sofrendo muito com o cenário econômico do país e a Calçados Di Cristalli Ltda precisou se adequar e se reestruturar a esse novo cenário. Para saúde financeira da empresa, infelizmente, tivemos que fazer uma redução no nosso quadro de colaboradores. É um corte que nos deixa bastante tristes, mas que é inevitável, com a nova reestruturação manteremos um quadro de 340 funcionários produzindo media de 6.200 pares/dia."
Calçadistas
Demissões, enxugamento de operação, falências e queda nas exportações. São os termos que apareceram nas notícias recentes da coluna Acerto de Contas sobre a indústria calçadista.
A Bottero fechou quatro fábricas e demitiu mais de 600 pessoas. Não conseguiu segurar mais, sofrendo com a retração do mercado doméstico e com a opção de manter as operações no Rio Grande do Sul.
A Dakota fechou a fábrica de Sarandi. Transferiu a produção para a unidade de Nova Petrópolis.
Já a Crysalis foi bem pior. Teve a falência decretada pela Justiça por não cumprimento do plano de recuperação judicial. Tinha mais de 400 funcionários.