Após alguns anos segurando as pontas, a Bottero precisou ajustar a operação. A forte retração na demanda doméstica por calçados levou a empresa a fechar quatro fábricas e dispensar 630 funcionários nesta semana.
Foram encerradas as atividades nas operações de Osório, Santo Antônio da Patrulha, Nova Petrópolis e uma unidade em Parobé. Outras 14 fábricas da Bottero seguem em funcionamento.
Apesar das demissões, a empresa segue empregando 2,4 mil pessoas. Responsável pela imagem institucional da empresa há mais de 20 anos, Luiz Roberto Bianchi conversou com a coluna Acerto de Contas. Explicou como a decisão foi difícil e adiada o quanto a empresa conseguiu.
- As indústrias vinham demitindo aos poucos, enquanto a Bottero mantinha os empregos na expectativa de reação do mercado. E lembro mais, quando muitas empresas gaúchas foram para outros Estados em busca de benefícios, a Bottero manteve suas operações no Rio Grande do Sul. Nosso maior desafio de todos agora é retomar o nível de emprego - diz o executivo.
É possível que as fábricas fechadas sejam reativadas. Para isso, é preciso que a demanda de calçados volte a crescer no Brasil, já que a Bottero concentra as vendas no mercado interno.
Presidente do Sindicato dos Sapateiros de Parobé, João Nadir Pires lembra da importância da empresa para o município, onde fica a sede da Bottero. Segundo ele, empregados já começaram a procurar o sindicato.