A Usaflex fechou a fábrica de Taquara. Mais de 200 funcionários já procuraram o Sindicato dos Sapateiros de Parobé, para onde foi dada a opção de transferência aos trabalhadores. A informação é do presidente do sindicato, João Nadir Pires.
Atualização: Presidente da Usaflex, Sérgio Bocayuva ligou à noite passada bravo com a coluna. Segundo o executivo, o texto dava a entender que a empresa estava passando por dificuldades como o setor. Disse que não, que a transferência da produção de Taquara para Parobé foi planejada e conduzida para otimizar e alavancar o negócio. E usou o argumento que a coluna tanto valoriza: "não estou desempregando, estou criando empregos!". Há alguns anos, esta coluna destaca o trabalho de Bocayuva desde que assumiu a presidência da gaúcha Usaflex e seguirá dando o devido espaço.
A unidade de Taquara existia desde 2014, quando foi inaugurada com capacidade para produzir dois mil pares de calçados por dia. Já a fábrica de Parabé foi inaugurada pela Usaflex em janeiro. A escolha pelo município foi antecipada pela coluna Acerto de Contas ainda em abril de 2017.
Veja comunicado enviado pela empresa para a coluna:
A Usaflex tem sede em Igrejinha. Gera 2,8 mil empregos e tem capacidade para produzir 25 mil pares de calçados por dia.
Já a Di Cristalli, com sede em Três Coroas, demitiu mais de 100 trabalhadores nos últimos dias. Nem a empresa e nem o Sindicato dos Trabalhadores de Calçados de Três Coroas aceitaram conversar com a coluna sobre a situação.
No entanto, João Nadir Pires esteve no município como representante da federação estadual dos trabalhadores do setor, chamada de Feticvergs. Disse que há o receio, inclusive, que o pagamento da rescisão seja parcelado.
Posição enviada pela direção da Di Cristalli após o fechamento desta coluna:
"O setor calçadista vem sofrendo muito com o cenário econômico do país e a Calçados Di Cristalli Ltda precisou se adequar e se reestruturar a esse novo cenário. Para saúde financeira da empresa, infelizmente, tivemos que fazer uma redução no nosso quadro de colaboradores. É um corte que nos deixa bastante tristes, mas que é inevitável, com a nova reestruturação manteremos um quadro de 340 funcionários produzindo media de 6.200 pares/dia."
Calçadistas
Demissões, enxugamento de operação, falências e queda nas exportações. São os termos que apareceram nas notícias recentes da coluna Acerto de Contas sobre a indústria calçadista.
A Bottero fechou quatro fábricas e demitiu mais de 600 pessoas. Não conseguiu segurar mais, sofrendo com a retração do mercado doméstico e com a opção de manter as operações no Rio Grande do Sul.
Já a Crysalis foi bem pior. Teve a falência decretada pela Justiça por não cumprimento do plano de recuperação judicial. Tinha mais de 400 funcionários.