Com medo do desabastecimento, os consumidores correram aos supermercados nos dias em que a greve dos caminhoneiros mostrou mais força. Apesar dos alertas do setor de que os estoques de hortigranjeiros e carnes estavam sendo afetados, as pessoas estocaram arroz, feijão, açúcar e até papel higiênico.
Um dado curioso doi enviado para a coluna Acerto de Contas pela CDL Porto Alegre, que gerencia o SCPC. O número de consultas cresceu 76% nos supermercados entre os dias 21 e 30 de maio, período da paralisação. No geral do varejo, o movimento caiu 26%, na comparação com o mesmo período do ano passado.
A Associação Gaúcha de Supermercados já tinha identificado aumento de 50% no ticket médio por cliente, ou seja, as pessoas estavam comprando em maior quantidade. O dado do SCPC aponta as vendas a prazo.
É provável que decisão repentina de compra não tenha fechado com o orçamento do consumidor, que precisou recorrer ao crediário no supermercado. O desafio é o cliente honrar os pagamentos para que o endividamento não vire inadimplência.
Sócio da rede Supermago, Rodrigo Machado identificou vendas até 150% maiores em alguns dias. Houve falta de alguns cortes de carnes e ovos. Além disso, aumentou o preço de frutas e verduras.
A empresa tem um canal de vendas online, chamado de Magodrive. O aumento nas vendas foi ainda maior, já que os clientes ficaram mais em casa. No final de semana da greve, a venda de vinhos foi três vezes maior do que o normal para o dia.
Outros setores
O setor que mais sofreu foi de máquinas e implementos, com -71%, nas vendas. Em segundo lugar, apareceu o segmento de camping, caça e pesca, -55%, e aparelhos eletrônicos, -48%. Os dados são do SCPC.