O anúncio do acordo à noite passada chegou a animar os empresários com o fim da greve dos caminhoneiros, que começaram já a fazer projeções de reabastecimento. No entanto, a continuação da paralisação deixa o varejo, por exemplo, em grande expectativa sobre o que vai acontecer.
A Associação Gaúcha de Supermercados divulgou comunicado informando que o setor permanece com dificuldades de abastecimento de produtos. O presidente da AGAS, Antônio Cesa Longo, reforça que os itens de mercearia, higiene, limpeza e bazar têm estoque médio de segurança para 15 dias, o que garantirá o abastecimento da população com estes produtos durante a próxima semana. O problema está nos perecíveis e se agrava. Há falta de produtos de açougue, laticínios e hortigranjeiros. Em Porto Alegre, chocam as imagens de prateleiras de pães vazias, já que houve uma correria de consumidores aos mercados.
Vice-presidente da Rede Peruzzo, Lindonor Peruzzo Junior conta que os caminhões seguem parados com os produtos. A empresa tem mais de 20 supermercados na metade sul do Estado e um centro de distribuição em Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
- Promoções estão sendo analisadas novamente porque não teremos produtos. Imagina o caos, nunca vi isso antes - comenta Peruzzo Jr.
Dono do Super Lang, Bruno Lang defende que o setor não eleve preços, como ocorreu em alguns postos de combustível. Em um desabafo, classificou como "olho grande" do empresário em um momento que não é aumentar lucro.
Na Ceasa, sextas já são dias de menor movimento para compra. No entanto, a administração acredita que ainda assim as vendas serão 80% menores do que o normal para o dia.
Nos postos de combustível, situação está pior. Confira aqui: Postos de Porto Alegre estão sem gasolina, afirma sindicato
- Todos nossos postos sem combustível e o movimento continua forte! - avisa Neco Argental, diretor-presidente da Rede SIM, com 130 postos na Região Sul.