O IBGE divulgou nesta quinta-feira o principal indicador da indústria brasileira. É a produção industrial, que veio melhor do que o esperado pelo mercado.
De novembro para dezembro de 2017, o avanço foi de 2,8% com ajuste sazonal. Houve altas em 20 dos 24 ramos industriais. As principais influências positivas foram veículos automotores, reboques e carrocerias (7,4%), que reverteu a queda de 0,8% no mês anterior, e produtos alimentícios (3,3%), que avançou pelo segundo mês consecutivo e acumulou crescimento de 4,3%.
No acumulado de 2017, a indústria do país acumulou alta de 2,5%. Veículos automotores, reboques e carrocerias (17,2%) foi a atividade que exerceu a maior influência positiva, seguida pelas indústrias extrativas (4,6%) e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (19,6%).
O crescimento de 2017 vem depois de três anos de queda. É o primeiro resultado anual positivo desde 2013, quando foi registrada alta de 2,1%, e o maior desde 2010, que apresentou o recorde de 10,2% na série histórica que teve início 2002.
Segundo o gerente da pesquisa, André Macedo, o bom desempenho no setor de veículos automotores foi crucial para o crescimento da produção industrial em 2017.
— Praticamente todos os setores tiveram crescimento, mas o setor automobilístico, principalmente a fabricação de veículos pequenos, foi o que mais influenciou. Grande parte disso se deve à melhora no nível de estoques e ao aumento das exportações — detalha Macedo.
A Argentina foi um comprador de destaque de automóveis brasileiros no ano passado. O bom desempenho do setor automotivo deve se refletir no resultado regional, que será divulgado nos próximos dias. É importante na matriz produtiva da indústria do Rio Grande do Sul, que foi abalada, no entanto, pela paralisação na Celulose Riograndense, em Guaíba, no ano passado e também em uma linha de produção de gasolina na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas.
Nos próximos dias, o IBGE divulga ainda o desempenho do setor de serviços e do varejo. Com estas informações, o Banco Central calcula o Índice de Atividade Econômica, o IBC-Br, considerado uma prévia do PIB.