O termo disrupção já vinha sendo usado há algum tempo quando se falava em empreendedorismo, mas é impressionante como se espalhou nas conversas dos lojistas que participaram da NRF 2018, aqui em Nova York. A coluna acompanhou toda a feira e visitas técnicas ao comércio da cidade que é referência em inovação no varejo mundial. E, pelo visto, agora também é modelo de disrupção.
Mas o que é disrupção? Lembro de ter ouvido a primeira vez ao entrevistar um executivo da Uber há alguns anos. Ele dizia que o grande momento de disrupção, que era o que a empresa almejava, seria quando as pessoas decidissem que ter carro não valia mais a pena porque havia o serviço novo de transporte de passageiros, barato, ágil e com boa oferta.
- Tem que ser algo realmente muito criativo – enfatiza o presidente do Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre, Paulo Kruse, muito entusiasmado com o que viu de ideias por aqui.
A disrupção pode ser em coisas simples, até mesmo com ideias diferentes de atendimento na loja. Mas não adianta. No geral, as iniciativas disruptivas envolvem grande tecnologia. Neste ponto, aparece um receio do presidente da CDL Porto Alegre, Alcides Debus, sobre a acessibilidade disso para pequenos e médios empresários. Preocupação de que apenas grandes companhias consigam isso e a situação fica mais desigual.
Apesar da ponderação, Debus achou que a NRF deste ano trouxe soluções mais ao alcance do pequeno varejo. Na primeira feira que a coluna cobriu em 2011, um dos empecilhos era a internet que tínhamos no Brasil. Ainda há o que melhorar, mas o impossível já virou possível.
* Giane Guerra está cobrindo a edição 107 da NRF 2018, em Nova York. Cobertura com o apoio de Sindilojas Porto Alegre e CDL Porto Alegre.