Se há uma imagem que resume a loucura que tomou conta de alguns brasileiros é a dos protestos contra a presença de Judith Butler no país. Um pequeno mas barulhento grupo resolveu se mobilizar na internet e na frente do Sesc Pompeia, em São Paulo, onde ocorreu o evento, para tratar a filósofa americana como se fosse a encarnação do demônio – de fato, ela chegou a ser chamada de "bruxa", como se tivéssemos retrocedido séculos na evolução da humanidade. Houve até quem se desse ao trabalho de persegui-la no aeroporto com cartazes em punho. Seria uma cena bastante cômica se configurasse um caso isolado, mas é um péssimo sinal no contexto de crescente intolerância em que vivemos.
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