Mesmo com as dificuldades de saúde dos últimos anos, saber que Pelé estava vivo era um alento para o futebol. Era linda a sensação de saber que o Rei estava acompanhando algum jogo, que eventualmente fazia comentários em redes sociais ou até aparecia em vídeos postados por familiares.
Sempre me pareceu que a opinião dele sobre alguma partida ou atuação de algum jogador dava legitimidade ao futebol. Porque Pelé era a personificação do futebol, o símbolo máximo de quando queremos chamar alguém de craque. Se quem não viu Pelé jogar já tinha esta admiração, eu tento imaginar quem acompanhou em campo o maior de todos os tempos. Quem teve essa oportunidade é um privilegiado e viveu a história.
Falando em história, o que pude ver dele pessoalmente me marcou. Não como jogador, mas como ídolo. Ele sabia o que representava e como se portar como o maior de todos os tempos. Antes da abertura da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, Pelé apareceu em um evento. A sua presença agitou e enlouqueceu os seguranças pela correria ocasionada. Mas nem por isso ele deixou de atender todos e distribuir sorrisos. E sempre foi assim.
Não é só o que foi feito em campo que fica na eternidade. É também a postura do ídolo. A perda é irreparável. Mas a lembrança será eterna.