A eleição para presidente do Grêmio tem, por enquanto, quatro candidatos confirmados: Alberto Guerra, Carlos Galia, Guto Peixoto e Odorico Roman. Aos poucos, a coluna apresentará algumas ideias e projetos que estão sendo preparados pelos grupos de trabalho das candidaturas. Começamos a semana com um tema importante do plano de Alberto Guerra.
Uma das grandes novidades do Projeto de Gestão de Guerra na sua campanha à presidência do Grêmio é uma alteração no modelo atual do departamento médico do clube. O objetivo é transformar a estrutura do setor, que receberá a denominação de Departamento de Ciência e Saúde.
O resumo do projeto
- Criação de uma comissão consultiva de saúde e ciência. Essa comissão não terá cargo remunerado e não terá interferência nenhuma nas decisões técnicas do corpo executivo do departamento. Será responsável pelo estabelecimento de metas, avaliação dos indicadores gerados e será o elo entre os profissionais e o Conselho de Administração.
- O clube terá um coordenador de ciência e saúde. Este profissional é considerado fundamental no projeto e será buscado através de uma avaliação detalhada. Ele deve atender a gestão dos recursos humanos, criar indicadores de desempenho e avaliação, formalizar os protocolos de prevenção e reabilitação de lesões, será a ponte de contato entre o clube e os estafes dos atletas e será o principal elo com universidades e entidades privadas parceiras.
- O corpo clínico será composto inicialmente por profissionais divididos em departamentos. Cada profissão que tiver mais de um componente, terá também um coordenador técnico. A relação com a comissão técnica deve ser prioridade da equipe clínica do departamento de saúde, com possibilidade de participação especialmente da preparação física nas atividades da comissão de saúde. Esses profissionais deverão ter suporte do clube para capacitações, intercâmbios e aprimoramento em suas áreas.
- Estabelecimento de parcerias com universidades e entidades privadas para o desenvolvimento de pesquisa e geração de conhecimento científico dentro do clube. O Grêmio deve deixar de ser apenas um consumidor de ciência e passar a ser um promotor. Assim como a base desenvolver os atletas para o departamento profissional, o objetivo é passar a formar também os próprios profissionais de saúde, sendo moldados dentro dessa filosofia.
- Sobre categorias de base e futebol feminino, o objetivo é potencializar o trabalho de formação do clube desenvolvendo uma metodologia própria que incluirá a prevenção de lesões e detecção precoce de possíveis características ou marcadores que possam estar relacionados, monitoramento de estresse psicológico e sono, medição de qualidade de vida geral, entre outros fatores.
Gustavo Bolognesi, que teve participação fundamental na criação do projeto, explica como o trabalho foi desenvolvido:
— O projeto começou a ser desenvolvido em 2017, quando já detectávamos que os processos e estrutura do departamento médico não comportavam mais as mudanças e exigências do futebol atual. Ele basicamente busca um modelo de profissionalização, tecnicidade de decisões e aproximação do Grêmio com a ciência de ponta. Nesse modelo sai a figura do dirigente político e entra uma estrutura multiprofissional, com estrutura empresarial, baseada em metas, dados e indicadores de performance. Além disso, queremos que o Grêmio seja um gerador de ciência e não apenas um consumidor, investindo na capacitação, intercâmbio e aproximação com universidades e entidades privadas produtoras de conhecimento. O Guerra comprou a ideia e nos bancou, já que nenhum de nós tinha vivência ou participação na política do Grêmio. Agora o projeto será aprimorado conjuntamente com os movimentos parceiros — explicou Bolognesi.