Nos bastidores da CBF, a saída de Rogério Caboclo da presidência é tratada apenas como uma questão de tempo. Pressionado após uma acusação de assédio moral e sexual, não existe mais ambiente para a sua permanência. O setor de Governança e Conformidade da entidade inclusive já recomendou a sua saída, o que é apoiado por importantes diretores.
Neste momento, seria um afastamento temporário. Neste caso, um dos oito vice-presidentes seria o substituto após escolha da cúpula da CBF. Se houver renúncia, o vice mais velho, Antônio Carlos Nunes, assume e convoca uma nova eleição — e somente estes oito vice-presidentes podem concorrer, com votação de presidentes de federações e clubes. O novo comandante completaria o mandato de Caboclo, até 2023.
A lista dos oito vice-presidentes é a seguinte: Antônio Aquino (Acre), Castellar Neto (Minas Gerais), Ednaldo Rodrigues (Bahia), Fernando Sarney (Maranhão), Francisco Novelletto (Rio Grande do Sul), Marcus Vicente (Espírito Santo), Gustavo Feijó (Alagoas) e Antônio Carlos Nunes (Pará).
Pois o favorito para assumir é Castellar Neto, que foi presidente da Federação Mineira de Futebol entre 2014 e 2018. Aos 38 anos, jovem e articulado, fala fluentemente inglês, espanhol e francês. Advogado criminalista, mestre em direito penal pela Universidade Sorbonne, em Paris, ele também tem cargo na Fifa, onde faz parte do Comitê Players Status, responsável por monitorar registros e transferências do futebol mundial.
Castellar conta inclusive com a simpatia de Marco Polo Del Nero, que apesar de banido do futebol pela Fifa, continua com forte influência nos bastidores da CBF. A expectativa na entidade é que até terça-feira esta situação esteja resolvida, o que pode trazer tranquilidade para a Seleção Brasileira e a disputa da Copa América no Brasil.