Após o afastamento provisório de Rogério Caboclo, a articulação política na CBF está fervendo e, ao que tudo indica, teremos eleição em breve para saber quem será o próximo presidente da entidade.
Apesar de não falar publicamente sobre isso, Francisco Novelletto surge como um nome que pode se apresentar como candidato. No momento, ele representa o movimento de insatisfação de presidentes de federações e clubes com o poder de Marco Polo Del Nero, que mesmo banido do futebol pela FIFA, continua dando as cartas na CBF.
No início de julho, acaba o prazo de afastamento de Rogério Caboclo da presidência da CBF. Nos bastidores da entidade, o seu retorno é considerado impossível. Neste caso, apenas os oito vice-presidentes podem concorrer, em uma eleição para decidir quem será o presidente que vai completar o mandato de Caboclo até abril de 2023.
No momento, Antônio Carlos Nunes é o presidente interino. Para Del Nero, é fundamental que um dos vices da sua confiança seja o próximo presidente. Entre os favoritos, estão o próprio Nunes, além de Castellar Neto e Fernando Sarney. O problema é que principalmente os grandes clubes do futebol brasileiro já começam a dar sinais de insatisfação com este processo.
Como apenas os vices podem concorrer, as alternativas são escassas. Novelletto, ao lado de Ednaldo Rodrigues, são os únicos vices que podem se apresentar como candidatos a enfrentar o sistema. E aí é que está o grande obstáculo de Novelletto. Para conseguir registrar a sua candidatura, ele precisa a assinatura de oito presidentes de federações e de cinco clubes da série A. Dos clubes, ele consegue com facilidade. O problema é com as federações, pois os presidentes, que recebem salário da CBF, costumam ser fiéis ao candidato de situação.
Se conseguir registrar a candidatura, Novelletto terá outro desafio, que é fazer votos suficientes para vencer o candidato de Del Nero. No sistema atual, os votos de presidentes de federações tem peso 3, os de presidentes de clubes da Série A tem peso 2, e os dos presidentes de clubes da Série B tem peso 1.
Com 100% dos votos de presidentes de clubes, chegará a 60 votos (20 clubes da Série x 2 e 20 clubes da Série B). Ainda assim, precisaria de quatro votos dos 27 presidentes de federações. Neste caso, chegaria a 72 votos, e outro candidato poderia chegar no máximo a 69 votos.
Com este cálculo, é possível perceber como será complicado. Com a pressão da CBF, é difícil que todos os clubes fechem com o mesmo candidato. E conseguir que quatro presidentes de federações comprem briga com o poder é algo improvável. De qualquer maneira, a eleição deve ocorrer.