A decisão da Conmebol, alterando a data e o local do jogo entre Independiente Del Valle e Grêmio, foi surpreendente, mas deixou clara a força que a entidade pretende mostrar em situações como esta.
Para os organizadores da Libertadores, a competição não pode parar, independentemente de casos de covid nos times ou de posições contrárias aos jogos por parte de governos dos países que devem receber os jogos.
No caso da partida do Grêmio, o governo equatoriano não permitiu que a delegação gremista deixasse o hotel para o treinamento na véspera do confronto. No comunicado oficial, a Conmebol alega que "o motivo da suspensão é contrário ao protocolo sanitário previamente aprovado".
Para a entidade, o governo do Equador não cumpriu o acordo assinado em 2020, antes da retomada da última Libertadores, quando ficou acertado que em situações como estas, com casos positivos de covid na delegação de um time visitante, os jogadores devem ficar isolados, e o jogo acontecer.
Na terça-feira (6), quando o Grêmio foi impedido de deixar o Hotel Hilton Colón para o treino, os dirigentes imediatamente entraram em contato com a alta cúpula da Conmebol. Os comandantes da entidade fizeram uma reunião virtual com os integrantes do Comitê de Operações de Emergência Nacional do Equador.
Gabriel Martínez, ministro do governo, foi enfático ao falar que o jogo não poderia acontecer no país em virtude dos casos positivos no plantel gremista. Ele alegou que a saúde dos equatorianos está acima do que qualquer partida de futebol. Nos bastidores, houve irritação por parte da Conmebol.
Depois desta resposta, imediatamente se tomou a decisão do adiamento do jogo para sexta-feira (9), que agora será realizado em Assunção, no Paraguai. Para o Grêmio, a decisão foi considerada adequada, pois o impasse foi solucionado. A entidade vai ajudar os dois clubes com os custos do deslocamento em voo fretado. É importante lembrar que, agora, a partida não será disputada na altitude de Quito.
Este episódio deixa claro como os organizadores da Libertadores vão agir. A competição não vai parar. Quando um clube não puder sediar um jogo, o confronto vai mudar de lugar. E se uma equipe tiver muitos casos de covid, os atletas com teste positivo serão isolados, e o time terá de jogar com os outros profissionais da lista. Justamente por isso houve a permissão para 50 inscritos por clube.