Aos 30 anos, Anderson Pico encontrou a estabilidade no futebol. Desde maio de 2018 na Hungria, ele está feliz no Kisvárda Master Good FC, sexto colocado no campeonato nacional. Tanto é que pretende encerrar a carreira no clube, que fica na pacata cidade de Kisvárda, de apenas 17 mil habitantes, localizada perto da fronteira com a Ucrânia e Eslováquia.
Revelado pelo Grêmio, e com passagem pelo Flamengo, estará de olho no confronto das semifinais da Libertadores. Mas prefere não arriscar palpite. Após conviver com problemas de peso, Anderson está em forma. Para ele, é a melhor fase da sua carreira. Veja a entrevista:
Como surgiu a chance de jogar na Hungria?
A oportunidade surgiu logo após o Gauchão de 2018, quando eu estava no São Paulo. O meu advogado, Alan Belaciano, é muito amigo do presidente do Kisvárda, e ele estava procurando jogadores que já tinham atuado fora do Brasil (Anderson Pico jogou no Dnipro, da Ucrânia). Houve o interesse, e deu tudo certo. Tive uma lesão no menisco, mas agora já estou 100%.
Dentro de campo, como estão as coisas? Os outros brasileiros ajudam na comunicação? Está atuando em qual posição?
Aqui nós somos quatro brasileiros, tenho a parceria do Felipe (goleiro), Sassá (atacante) e o Lucas (meia), que é o capitão do time e está há 12 anos no país. O idioma é um pouco difícil, mas tem jogadores ucranianos que falam russo, e eu falo russo. O Lucas ajuda muito. Aqui na cidade quase não se fala inglês, é mais o idioma local mesmo. O treinador está me aproveitando como lateral e volante. Ele faz uma variação, até porque não tem tantos jogadores no nosso grupo. Então como tenho essa desenvoltura, faço mais de uma posição.
Até quando vai o seu contrato? Pretende ficar mais tempo na Hungria? Como é Kisvárda?
Meu contrato vai até julho de 2020. A cidade é pequena. Para te dar um exemplo, é do tamanho de Nova Petrópolis, mas aqui tem menos coisa para fazer. Mas eu gosto muito da cidade, moro muito bem, em uma casa grande que o clube me proporciona. Também tenho um carro cedido pelo clube. Tenho tudo que preciso. O frio é normal, agora está caindo um pouco a temperatura, no inverno passado chegou a fazer 15 graus negativos, mas estou adaptado. Ainda mais que sou do Sul, então sei lidar. Fui muito bem recebido. E quero ficar aqui até o final da minha carreira. Já conversei com as pessoas que cuidam da minha carreira e com o presidente. Se der tudo certo, quero ficar aqui mais uns cinco ou seis anos. Este é o meu plano de vida. Estou na minha melhor forma física, mental e pessoal. Estou muito feliz de conseguir alcançar os meus objetivos pessoais, que há muito tempo não conseguia alcançar. Estou no peso ideal, em forma, bem no clube.
Teremos Grêmio x Flamengo nas semifinais da Libertadores, e você jogou nos dois clubes. Está acompanhando o futebol brasileiro, o que dá para projetar destes dois jogos?
Fui criado no Grêmio, e joguei quase dois anos no Flamengo, então é difícil apontar um favorito, já que as duas equipes estão muito bem. Claro que tenho paixão pelo Grêmio, foi o clube que me formou, e está jogando um grande futebol. Mas vai ser um grande confronto.