Com Paulo Victor afirmado como titular, o Grêmio vive o momento de transição no gol após a saída de Marcelo Grohe. No momento, são quatro goleiros no grupo principal: Paulo Victor, Julio César, Brenno e Phelipe Megiolaro.
Para entender melhor como está o trabalho dos goleiros do clube, a coluna conversou com o preparador Rogério Godoy, desde 2005 no Grêmio, com passagens pela base até ser promovido ao grupo principal, em 2012. É ele quem cuida dos goleiros gremistas.
Um das curiosidades é saber sobre o futuro, e se o time poderá voltar a ter um goleiro da base como titular. Brenno, que chegou a disputar um Gre-Nal, e Phelipe Megiolaro, presença frequente em convocações das seleções brasileiras de base, têm a mesma idade, 20 anos, e são a esperança. Para Godoy, o Grêmio "tem goleiros para o futuro". Abaixo, leia a entrevista:
Você trabalhou com nomes que marcaram história no Grêmio. O mais recente foi Marcelo Grohe. Em muitos casos, pegando o goleiro que surgiu na base, corrigindo detalhes e formando o profissional. Qual é a diferença de pegar agora goleiros já formados, como o Paulo Victor e o Julio César?
Tive a oportunidade de ter trabalhado com dois grandes goleiros da base que se tornaram uma realidade dentro do futebol brasileiro, e podemos dizer que mundial também: Marcelo Grohe e Cássio. E também com goleiros consagrados, como Dida e Victor. Tudo o que fazemos tem base em estudo e detalhes, coisas quMarcelo Grohe, Paulo Victor e o aproveitamento das promessas da base: e muitas vezes passam despercebidas às demais pessoas. Sobre a diferença entre os atletas, sempre é um pouco mais difícil para os experientes na comparação com os formados no clube, em relação ao entendimento do modelo e metodologia. Porém, como são atletas de alto nível técnico e cognitivo, acabam se encaixando no dia a dia, mentalizando o trabalho proposto na prática dos treinamentos e jogos.
Existe uma expectativa enorme pelo Phelipe Megiolaro, pela passagem pela Seleção. Qual é o planejamento para o aproveitamento dele?
O Phelipe vem mostrando um bom trabalho dentro do grupo profissional. Sobre projeção para jogar no Grêmio, adotamos o mesmo direcionamento com todos os atletas que alcançam a equipe principal do clube.
Muitas vezes, no futebol, não é possível aproveitar goleiros de qualidade. No caso do Léo Jardim, que agora vai render um valor para o Grêmio, tinha o Marcelo Grohe na frente. Como você trabalha o aspecto emocional, do goleiro saber esperar o seu momento? É o caso do Phelipe agora?
Podemos dizer que o Marcelo Grohe é um exemplo de ídolo a ser seguido. A espera desse momento, de estar pronto, sempre é bem difícil. A gente tenta apontar o caminho para eles, passando confiança e tranquilidade. Como profissional do Grêmio, a gente pensa e quer ver nossos atletas vestindo a camisa do clube, mas também ficamos felizes e orgulhosos de acompanhar os goleiros formados aqui brilhando em outros lugares.
Como está a safra que vem aí? E o Brenno? Ele é o próximo da fila?
No momento, temos dois goleiros oriundos da base no profissional, gerando expectativa alta. Tenho certeza de que, ano a ano, adquirindo experiência e sendo preparados com informações e treinamentos, eles estarão preparados para servirem ao Grêmio. Teremos goleiros para o futuro do clube.
Você tem conversado com o Marcelo Grohe? Ele teve essa lesão no Al Ittihad, como ele está?
Sim, sempre que podemos nos falamos. O Marcelo vai muito bem, já está recuperado e confiante para a volta aos trabalhos. Torço muito por ele e tenho certeza de que voltará em alto nível para o seu novo desafio na carreira.