A confirmação da punição do Santos pela escalação irregular de Carlos Sanchéz até pode ter sido correta. Mas nessa história toda, fica claro que a Conmebol não é uma entidade confiável. O seu polêmico Tribunal de Disciplina não parece ter decisões que tenham coerência. Por vezes é duro e definitivo, como foi com o Santos. Mas outras vezes, é benevolente, como foi com o River Plate no caso do atleta Zuculini, que também estava irregular nesta mesma Libertadores.
Entre os clubes brasileiros a preocupação nos bastidores já era evidente depois do que aconteceu no Congresso da Fifa, em Moscou, na última Copa do Mundo. Depois de um acordo para a Conmebol votar em bloco pela candidatura de EUA, Canadá e México para sediar o Mundial de 2026, a CBF quebrou o pacto com o voto para Marrocos. Para tentar salvar a relação, os dirigentes brasileiros disseram que o presidente Antônio Carlos Nunes se atrapalhou na hora de votar. Mas o fato é que a traição não foi perdoada. E isto ficou muito claro na época.
Por isso, é bom os clubes brasileiros ficarem atentos. Inclusive o Grêmio, que nesta terça-feira enfrenta o Estudiantes. O trabalho de relacionamento institucional entre o clube e a Conmebol está sendo muito bem feito pelo presidente Romildo Bolzan, mas não há como negar que o fato ocorrido em Moscou é preocupante. E a conta parece que está chegando.