Ele é um fenômeno de popularidade desta Copa do Mundo. Por onde passa, se forma uma fila para fotos. Todos querem ver de perto, tocar e cumprimentar. Nas redes sociais, virou um sucesso absoluto. E olha que não estou falando de nenhum jogador, e sim do mascote da Seleção Brasileira.
O Canarinho Pistola é o personagem do Mundial. Nas cidades em que o Brasil joga, ele é levado junto. Suas atividades são variadas. Recebe os atletas na porta do ônibus, canta as músicas com a torcida, bate bola com fãs e desfila pelos pontos turísticos das cidades da Copa.
Aqui na Rússia, a Fifa impõe algumas restrições, mas nos amistosos preparatórios, na Inglaterra e na Áustria, o mascote chegou a entrar em campo e bater bola com os jogadores no aquecimento. Mas afinal, como surgiu a ideia?
Conversei com Gilberto Ratto, diretor de marketing da CBF, para entender melhor a história. O Canarinho Pistola é um fenômeno recente:
- Começou na virada de 2015 para 2016. O símbolo, o Canarinho já existia desde a década de 80, com aquela música do Júnior, mas ele não se materializava. A gente precisava achar um produto para aproximar o torcedor da Seleção, que estavam distantes. Começamos a fazer estudos e pesquisas. Tínhamos que criar o mascote, sem fugir do Canarinho, claro. Faltava definir o perfil, o jeito de andar, de se comportar, e focamos no público jovem.
Mas o que chamou atenção, e que fez a diferença, é a cara séria do mascote. Em um primeiro momento era chamado só de Canarinho. Como os traços do rosto passam uma imagem de irritação, aos poucos começou a receber o apelido de Pistola, que acabou sendo incorporado naturalmente ao nome. Assim surgiu o Canarinho Pistola. Como em um passe de mágica, o ar de brabo deu um toque de magia ao mascote, e ele virou um fenômeno de popularidade.
- O brasileiro quer ganhar, ele tem essa cara de sério até na pelada. Então o Canarinho precisava vir com essa característica. E na pesquisa que fizemos, percebemos que as crianças já não gostam mais de tirar foto sorrindo. Tem o estilo de fazer essa cara mais séria- completa Ratto.
Outro detalhe importante. A pessoa que veste a fantasia precisa saber sambar e ter habilidade com a bola nos pés. Interpretar o Canarinho não é para qualquer um. A CBF mantém mistério sobre quem faz o personagem. Mas pelo que apurei, três pessoas se revezam nesta tarefa aqui na Rússia.
E para quem está preocupado sobre o futuro do Pistola depois da Copa, pode ficar tranquilo. Ele está mais garantido que o Tite. A CBF tem 20 produtos licenciados, incluindo camisas, copos e chaveiros. Em breve, tudo estará à venda no site da entidade. O Canarinho de pelúcia já é vendido em um site criado especificamente para isso. O mascote terá vida longa. E se o hexa vier, além de popular, ele também será pé-quente.