O novo Mundial de Clubes da Fifa segue gerando uma expectativa enorme. Inclusive na torcida do Grêmio, pois o clube pode ter vaga garantida para a primeira edição, em 2021, se o formato proposto for aprovado. Pois nesta sexta-feira, em Moscou, estive na entrevista coletiva do presidente da Fifa, Gianni Infantino, no Estádio Luzhniki.
Meu objetivo era avançar nesta questão. Mas é claro que o foco da conferência era a Copa do Mundo. Durante uma hora e 15 minutos, Infantino falou sobre vários assuntos, passando pelas quedas de Neymar e chegando aos rasgados elogios a Vladimir Putin. Em determinado momento, disse que a Fifa ainda está analisando o novo modelo do Mundial, mas não entrou em detalhes.
Terminada a coletiva, me posicionei na saída do auditório. O presidente, vestindo o uniforme dos voluntários da Copa e protegido por vários seguranças, estava com pressa. Mas ainda foi possível fazer uma pergunta. Quase gritando, questionei, em espanhol, sobre o motivo da demora para o anúncio do novo Mundial e se é possível garantir que este assunto estará definido no próximo congresso da Fifa, em outubro, em Ruanda. Infantino franziu a testa e fez um sinal de dúvida, passando a ideia de que é possível, mas não garantido.
Mas conversando com outros dirigentes da entidade, é possível entender claramente o que está acontecendo. A poderosa Uefa está liderando a oposição ao novo formato da competição. Os grandes clubes europeus entendem que não é possível acelerar o processo de decisão sem tomar conhecimento de todas as informações, especialmente sobre a oferta de US$ 25 bilhões de um grupo de investimentos do Japão pelos direitos de organizar e comercializar o torneio.
A questão é que Infantino terá que ter muita habilidade política para convencer os cartolas da Europa. Sem o ok da Uefa, é difícil levar a ideia adiante. Durante a Copa, ele já teve uma série de reuniões em hotéis de Moscou e nos luxuosos camarotes das arenas que receberam os jogos. A partir da semana que vem, já em Zurique, o presidente vai intensificar os contatos para tentar chegar com a situação bem encaminhada para o Congresso de outubro.
A proposta da Fifa é de um Mundial com 24 clubes, começando em 2021, sendo disputado de quatro em quatro anos, substituindo a pouco atrativa Copa das Confederações. Como a Conmebol teria cinco vagas, o Grêmio entraria como o campeão da Libertadores de 2017.