Uma boa arbitragem não se explica somente por erros e acertos. Em tempos de VAR, levar em conta a boa condução e o controle do jogo é fundamental para essa avaliação. Quero dizer que existem casos em que um acerto sem segurança, com demora demasiada e com boa dose de confusão dentro de campo, muitas vezes tem o poder de tumultuar uma partida muito mais do que um erro.
O empate sem gols entre Cruzeiro e Inter teve um lance que exemplifica bem isso e ajuda a entender como o VAR não pode ser utilizado.
Estou falando do pênalti marcado contra o time gaúcho no segundo tempo. Não falo da infração em si, pois ela aconteceu e foi bem marcada. O problema está na maneira que a decisão foi tomada.
O lance ocorreu aos 26 minutos do segundo tempo. Cruzamento na direção da área e Valencia acaba tocando com o braço na bola. Depois disso, no desfecho da jogada, a bola sai em escanteio pela linha de fundo e o goleiro Anthoni fica caído no gramado por praticamente quatro minutos. Nada do VAR até aí.
Somente quando a bola estava pronta para ser colocada em jogo novamente, na cobrança de escanteio, que o árbitro de vídeo Márcio Henrique de Gois recomendou que o árbitro Bruno Arleu de Araújo fosse ao monitor. Aí foram mais três minutos para que a decisão fosse tomada.
Demora excessiva, especialmente, por se tratar de uma situação que poderia ter sido resolvida enquanto o jogo já estava parado. Não havia necessidade de parar o jogo duas vezes. Isso é inaceitável.
Creio que isso já gera uma ideia de insegurança e, independentemente da decisão tomada, a insatisfação e a polêmica são inevitáveis. Está claro que o VAR precisa ser melhor utilizado e isso é urgente no futebol brasileiro.
Por fim, sobre o pênalti em si, a decisão foi correta porque Valencia utiliza o braço de maneira antinatural. O desvio na perna do jogador é mínimo e não tem impacto na decisão final. Ou seja, uma decisão certa tomada do jeito errado causa um problema desnecessário no jogo.
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