Minha relação com a Maratona de Porto Alegre começou em 2009. Nessa época, nem passava pela minha cabeça correr 42 quilômetros.
Meu objetivo era outro. Reportar, entrevistar e ajudar a contar histórias de malucos que decidiam por livre e espontânea vontade acordar de madrugada, sair no frio e percorrer o insano percurso de uma maratona.
Essas pessoas estavam ali querendo se superar. Era algo incrível e, ao mesmo tempo, sem o menor sentido.
De qualquer modo, aquele 24 de maio era um dia importante na minha carreira. Tinha ali a primeira oportunidade de fazer uma cobertura com o microfone da Gaúcha em mãos.
O tempo passou e, 15 anos depois, o maluco sou eu, fazendo algo incrível e sem o menor sentido para muita gente.
De lá para cá, o número de loucos que percorrem os 42 quilômetros aumentou significativamente. Prova disso é que a 39ª Maratona Internacional de Porto Alegre será a maior da história. Nunca houve tanta gente correndo em um final de semana na capital gaúcha como haverá nos dias 28 e 29 de setembro. As inscrições já estão nos acréscimos e podem ser feitas no site oficial do evento: maratonadeportoalegre.com.br.
Essa será a 11ª maratona da minha vida, a sétima de Porto Alegre. A primeira foi lá em 2017, quando quando me tornei maratonista.
Fiz a inscrição naquela prova porque sabia que se tivesse um grande objetivo não deixaria de treinar. Não queria voltar a ter 95kg. Foi assim que deixei de ser um corredor de final de semana e tornei o compromisso com esse esporte algo sério e constante.
Existem muitos motivos para se tornar um maratonista e outros tantos para continuar sendo. Comigo começou assim. Correndo para perder peso, preocupado com a minha saúde e qualidade de vida aos 29 anos. No fundo, no fundo, queria estar bem para correr atrás dos meus futuros filhos. Posso dizer que o plano deu certo.
Domingo, dia 29 de setembro, estarei com o Corre nos pés e com o microfone da Gaúcha nas mãos. Unindo a corrida e a cobertura jornalística. No mesmo lugar, na mesma prova e na mesma rádio em que tudo começou. Agora correndo também atrás da Antônia, minha filha de um ano e meio que estará na linha de chegada esperando o papai.