Vejo com preocupação a escala de arbitragem do Gre-Nal 440. O mineiro Paulo César Zanovelli foi o escolhido pela CBF para apitar o jogo do próximo domingo, às 16h, no Estádio Beira-Rio, pela 26ª rodada do Brasileirão. Embora reconheça o potencial do juiz de 33 anos, acredito que o clássico de domingo merecia um comando mais experiente.
Estamos diante de um clássico que terá ingredientes que elevam a tensão do confronto. É lógico que a eliminação do Inter da Libertadores é um deles. Sei que isso só se confirmou na quarta-feira e a escala de arbitragem foi divulgada antes, mas acredito que esse cenário poderia ter sido considerado.
Paulo César Zanovelli é o menos experiente dos árbitros que fazem parte do quadro da Fifa. Não duvido da capacidade técnica que ele tem para comandar uma partida de futebol. No entanto, um jogo como o de domingo exige capacidades de controle disciplinar, que não é qualquer árbitro que tem. O Gre-Nal não é uma partida para qualquer um. Além disso, existem alguns clássicos que se tornam ainda piores para a arbitragem dependendo do contexto em que estão inseridos.
Ao desembarcar em Porto Alegre, Zanovelli precisa saber que não está vindo para apitar um jogo de futebol. Ele estará diante de um Gre-Nal, que é outra coisa. Existe um campeonato paralelo no maior clássico gaúcho. A rivalidade toma proporções que desafiam o juiz quando ele menos espera. Não existe Gre-Nal tranquilo nem quando as coisas parecem caminhar com serenidade.
O Gre-Nal é traiçoeiro. Um cartão fora do lugar, uma decisão que passe insegurança ou qualquer passo em falso pode fazer com que o responsável pelo apito perca a mão.
Tomara que o jogo ajude, e Paulo César Zanovelli esteja em um dia iluminado para fazer tudo certo. Quero dizer que a arbitragem foi perfeita quando ocorrer o apito final. Antes de rolar a bola, no entanto, estou preocupado com a arbitragem do clássico.