A vitória por 2 a 0 do Grêmio sobre o Avenida foi marcada por um lance polêmico que mudou a história do jogo. Aos 10 minutos do segundo tempo, Pepê cobrou falta de forma rápida e surpreendeu a defesa do time de Santa Cruz do Sul. Suárez recebeu na grande área, aproveitou a desatenção dos adversários e acionou Cristaldo. O argentino recebeu sem goleiro e só teve o trabalho de empurrar para dentro.
Toda essa jogada foi executada com a autorização do árbitro Francisco Soares Dias. Logo após a marcação do gol, os jogadores do Avenida perderam a cabeça e partiram para cima do juiz. Houve duas expulsões por conta do tumulto. Os zagueiros Micael e Marcão levaram cartão vermelho.
Feita a contextualização do que aconteceu no lance é importante destacar que o gol gremista foi absolutamente legal. A regra permite que uma cobrança de falta seja executada de maneira rápida. Além disso, não há a necessidade de autorização do reinício do jogo por meio do apito em casos como esse.
O árbitro não chegou ao ponto de se aproximar do lance para organizar a barreira e sequer teve tempo de fazer a clássica sinalização de que só permitiria a cobrança a partir do apito. A falta foi marcada e cobrada antes mesmo da aproximação do juiz. Por isso, ao perceber o reinício do jogo cumprindo todos os requisitos da regra, ele fez o gesto imediato de que o jogo poderia seguir.
Por fim, não houve dois toques de Pepê na cobrança. O jogador gremista claramente puxa a bola com o pé para ajeitar ela no gramado. Somente depois disso, com a bola já parada, ele atende ao pedido de passe de Suárez e cobra rapidamente a falta.
Portanto, além de todo o resto, a bola não estava em movimento e para estar em jogo precisa apenas ser chutada e se movimentar para a frente.
Acredito que toda a confusão que ocorreu na Arena por conta desse lance, executado dentro da lei do jogo, aconteceu em decorrência de toda a pressão neste momento no Gauchão.
Está claro que os clubes perderam o respeito com a arbitragem. Todos se sentem no direito de gritar, apontar o dedo, reclamar, desrespeitar, emitir notas de repúdio e por aí vai. O grande desafio da Federação Gaúcha de Futebol é dar respaldo aos árbitros e, principalmente, resgatar a confiança para a reta final da competição.
