As cenas lamentáveis estiveram presentes na Arena no empate em 2 a 2 entre Grêmio e Cruzeiro pela Série B. O jogo precisou ser interrompido duas vezes por conta de brigas registradas entre torcedores na arquibancada norte da Arena.
O árbitro Bráulio da Silva Machado paralisou a partida aos 28 e aos 36 minutos do primeiro tempo e só permitiu que a bola voltasse a rolar após a chegada da Polícia Militar no setor para controlar a situação. Ao todo, o tempo perdido nos dois momentos foi de sete minutos.
Vale destacar que houve um terceiro momento de conflito registrado no final do intervalo, pouco antes do começo da etapa complementar.
A partir do relato na súmula feita pela arbitragem, o risco de punição ao Grêmio passa necessariamente pelo fato de que "as desordens" causaram impacto no jogo, de acordo com o artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).
"Quando a desordem, invasão ou lançamento de objeto for de elevada gravidade ou causar prejuízo ao andamento do evento desportivo, a entidade de prática poderá ser punida com a perda do mando de campo de uma a 10 partidas, provas ou equivalentes, quando participante da competição oficial", diz o texto do parágrafo 1º do artigo em questão.
Por outro lado, o documento também estabelece que o caminho para a defesa do clube para evitar a perda de mando de campo é a identificação e punição dos infratores.
"A comprovação da identificação e detenção dos autores da desordem, invasão ou lançamento de objetos, com apresentação à autoridade policial competente e registro de boletim de ocorrência contemporâneo ao evento, exime a entidade de responsabilidade, sendo também admissíveis outros meios de prova suficientes para demonstrar a inexistência de responsabilidade", estabelece o parágrafo 3º do artigo 213 do CBJD.
O presidente Romildo Bolzan Júnior concedeu entrevista coletiva depois da partida contra o Cruzeiro e informou que, até aquele momento, dois infratores tinham sido presos e outros quatro identificados.
O mandatário gremista disse que o clube continuaria trabalhando para localizar os outros envolvidos que certamente estavam nos conflitos. Esse trabalho jurídico é muito importante no processo, mas não garante que o Grêmio será absolvido. Tudo vai depender da interpretação do tribunal sobre os fatos ocorridos na Arena.