A derrota por 2 a 1 do Inter contra o Atlético-GO foi marcada por um erro que mostra a falta de critério da arbitragem no Brasileirão. Não estou falando de um equívoco capital. Também não se trata de algo grave que tenha tido um impacto no placar da partida. Entretanto, as coisas simples e protocolares muitas vezes revelam que o rumo das coisas se perdeu.
O fato em questão é a comemoração de Yuri Alberto depois do gol marcado no primeiro tempo da partida do Beira-Rio nessa segunda-feira (7). O atacante pediu que abrissem espaço e correu na direção da torcida. Como se não fosse suficiente abraçar os torcedores na mureta, o que já seria suficiente para justificar o cartão, Yuri pulou a barreira e ingressou no espaço das cadeiras.
É bem provável que você, ao ler esse texto, esteja me chamando de chato. Dizendo que eu quero acabar com a alegria do futebol. Protestando pelo fato de que o gesto de Yuri Alberto celebrando no meio da massa foi lindo. Uma cena que mostra o carinho do jogador com o torcedor. Tudo isso pode ser verdade. Não estou aqui para entrar nesta discussão.
Até porque o momento para discutir se está certo ou não dar amarelo para esse tipo de atitude não é agora. É após o término do Brasileirão ou até em um bar com um copo de cerveja na mão.
O que há de prático agora é uma determinação da CBF de que os árbitros devem punir com amarelo o jogar que fizer o que Yuri Alberto fez. E ponto final. Não há interpretação para isso, por mais lindo que o gesto possa parecer.
Não vou nem entrar no debate de que ainda estamos numa pandemia. Vou resumir a explicação ao aspecto da segurança. A medida foi adotada porque alguém pode se machucar, cair e ser esmagado quando um jogador provoca esse tipo de aglomeração nas arquibancadas.
Para efeito comparativo, na mesma noite, no jogo do Flamengo contra o Santos, o atacante Pedro levou amarelo corretamente do árbitro Anderson Daronco por subir na escada na comemoração de um gol — que acabaria anulado pelo VAR.
Ou seja, situações iguais em que não cabe interpretação não podem ter procedimentos diferentes. É preciso haver uma diretriz em uma arbitragem, que perdeu o comando durante o campeonato e precisa encontrar um novo rumo no ano que vem.