Até o começo do segundo tempo, a arbitragem tinha dificuldades pontuais no controle disciplinar, mas tinha acertos em todos os lances capitais da partida entre Santos e Inter pelo Brasileirão. Foi aí que entrou em campo a lei da compensação. O carioca Wagner do Nascimento Magalhães cometeu um erro grave aos sete minutos e isso o levou a fazer outra lambança logo em seguida.
Primeiro, o juiz da Fifa deixou de expulsar Wagner Leonardo ao não aplicar o segundo amarelo para o jogador do Santos. O defensor havia acabado de levar um amarelo por um puxão em Yuri Alberto. Bem aplicado. Só que minutos depois impediu um ataque promissor em velocidade ao empurrar Taison por trás. Foi aí que o juiz deu a primeira acomodada. Pareceu claramente não querer mostrar a advertência por se tratar de um segundo e consequentemente a expulsão.
A suspeita se confirmou quando veio o segundo erro. Gabriel Mercado cometeu entrada violenta em Marcos Leonardo. Lance para vermelho direto. Magalhães mostrou apenas o amarelo, mas foi chamado pelo VAR para revisar a jogada no monitor à beira do gramado. Acomodada lá, acomodada cá. O juiz voltou para o gramado e manteve a decisão. Não deu o cartão vermelho. Compensou uma lambança fazendo outra.
O mais correto era simplificar. Mostrar os cartões quando necessário. Expulsar quando necessário.
Wagner Magalhães é árbitro Fifa do Brasil e incrivelmente chegou a essa condição por ter uma virtude que parece ter se transformado no grande defeito do juiz carioca. Ele sempre foi muito tranquilo em campo. Apagava incêndios com serenidade e sem precisar ligar a sirene. O problema é que em algum momento, a tranquilidade parece ter passado do ponto para virar apatia e agora o que se percebe é um árbitro sem energia, pulso e postura firme em campo. Wagner Magalhães precisa reencontrar o tom das atuações para manter a condição de árbitro Fifa.