No final de semana passado fiz uma crítica à escala de arbitragem que se anunciava para o Gre-Nal 426. A análise era pontual e apontava discordância pela colocação de Leandro Vuaden no apito do clássico decisivo do segundo turno do Gauchão.
Nada pessoal com Vuaden. Ele mesmo sabe disso. Até porque ninguém chega ao 14º clássico da carreira e se torna o quarto árbitro que mais apitou Gre-Nais na história sem merecimento.
Minha opinião parte de um critério claro. O Gre-Nal 426 é o grande jogo da reta final deste Gauchão e é apontado como uma final antecipada. Falar isso não é desrespeitar o Caxias. É simplesmente o reconhecimento de algo óbvio. É inegável o favoritismo que Grêmio e Inter são obrigados a ter sempre que entram na competição estadual pela diferença de investimento e estrutura com os demais adversários.
Diante disso, entendo o critério da escala de arbitragem deveria levar em conta o ranking da FGF. Os integrantes do quadro da Fifa do Rio Grande do Sul, o árbitro Anderson Daronco e o assistente Rafael da Silva Alves, deveriam estar escalados no maior jogo.
Nessa segunda-feira (3), conversamos com Leandro Vuaden no programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha. Essa entrevista não poderia acabar sem essa pergunta. Não seria justo fazer a análise ao microfone e não permitir que Vuaden se manifeste sobre o assunto. Ele tem o direito de responder a crítica que fiz à escala. E, em alto nível, respondeu.
Confira abaixo o que disse Leandro Vuaden e ouça a íntegra da entrevista.
"Primeiro, eu sou um empregado e quem manda é o patrão. Dentro disso, tenho que seguir as orientações e fazer o meu papel. Em se tratando de jogo, com certeza, concordo contigo, o Gre-Nal é um dos maiores clássicos do futebol brasileiro e adicionaria mais um detalhe em relação a esse. É uma final que vale dois troféus. O vencedor já fica com o do turno e tem a possibilidade de disputar o troféu do Campeonato Gaúcho. Sobre a escala de arbitragem, vou te dizer com toda a tranquilidade e naturalidade que não foi uma surpresa total. Há sempre uma expectativa. Já fiz 13 Gre-Nais. A experiência é importante e fundamental neste momento e isso me deixa fortalecido. Até para que eu vá para o campo de jogo e coloque em prática tudo isso. Por isso, brinquei antes. O próximo jogo é o mais importante sempre. Mas eu vou discordar um pouquinho de ti. Evidente que quem passar se torna favorito, mas a gente teve exemplos dentro do campeonato, e eu participei de um, em que o Novo Hamburgo foi campeão. As equipes do interior também podem atingir. Por outro lado, não acredito que seja nenhuma falta de respeito ou menosprezo, escalar um árbitro Fifa para fazer uma final entre um time da capital contra um time do interior. É um pensamento que tenho. Até por ser escala e não ser mais sorteio, essa é uma iniciativa louvável por parte da comissão (de arbitragem) presidida pelo Luiz Fernando (Moreira). Isso mostra o respeito que a Federação tem tanto com os clubes da capital quanto com os clubes do interior. Essa é minha linha de raciocínio, mas respeito tua posição. Não tem problema nenhum. Eu fico, sim, no compromisso e com a gratidão pela escala. Até liguei hoje para o Luiz Fernando para agradecer a confiança estabelecida de toda a comissão e do presidente (da FGF) Luciano (Hocscman). Que a gente vá para o campo de jogo e faça o melhor trabalho possível. É uma responsabilidade muito grande."