O Gre-Nal 424 entra para a história. Lembraremos sempre do dia em que tivemos um bom clássico sendo estragado por cenas ridículas de violência. A briga generalizada resultou em oito jogadores expulsos: Pepê, Luciano, Caio Henrique e Paulo Miranda pelo lado do Grêmio; Moisés, Edenilson, Victor Cuesta e Praxedes pelo lado do Inter.
Toda confusão começou com Moisés e Pepê, aos 40 minutos do segundo tempo. Uma disputa em que a bola se perdeu pela linha lateral em favor do Grêmio foi o estopim da baderna. O atacante gremista reclamou por falta não marcada e, enquanto estava caído no chão, foi atingido. O lateral-esquerdo colorado tocou o joelho nas costas de Pepê, que levantou indignado e partiu para cima. A partir disso, os dois começaram a discutir, se empurrar e bater cabeça com cabeça. Ambos pareciam em uma rotação fora do contexto do jogo.
Acredito que, neste momento inicial, tenha faltado uma postura mais forte por parte do árbitro Fernando Rapallini — e até do bandeira Juan Pablo Belatti. Eles deveriam ter sido mais enérgicos ao espalhar os jogadores e tomar uma medida disciplinar rapidamente. Chegar mostrando os cartões para tentar evitar o bolo. Talvez não fosse o suficiente, pois os atletas precisam estar dispostos a deixar o futebol de lado para brigar. Creio que só a presença do VAR poderia ter contido a patifaria em campo.
Foi depois disso que toda a confusão começou. Aí, chegaram Luciano e Edenilson trocando agressões. Um segurou o pescoço do outro. Rapallini mostrou vermelho para os quatro jogadores, dois de cada lado.
Quando as coisas pareciam estar se acalmando, Moisés e Pepê se enroscaram novamente ao sair do campo. Mais uma vez, o bolo se formou. Paulo Miranda veio enlouquecido para separar, foi atingido pelo lateral colorado e retribuiu.
Depois disso, as cenas vistas na Arena do Grêmio talvez não pudessem ser transmitidas, nem mesmo em um canal fechado de MMA. Houve socos, pontapés, gravatas e golpes que eu nem saberia descrever.
Mais quatro expulsos. Cuesta e Caio Henrique, dos que estavam em campo, e também Paulo Miranda e Praxedes, dos que estavam no banco de reservas.
Os oito cartões vermelhos foram corretos e ficaram baratos. Poderíamos até ter tido outras expulsões. Não vou aqui fazer um ranking de responsabilidades pelas cenas tristes que foram registradas no Gre-Nal. Todos os que deixaram a bola de lado para partir para a violência são os verdadeiros culpados por estragar o espetáculo com episódios que em nada agregam para a história do clássico.