Desde o último sábado (15), depois do Gre-Nal 423, recebi dois tipos de perguntas dos torcedores do Inter. A primeira questão era sobre a necessidade de expulsão do volante Maicon pela falta cometida no atacante Paolo Guerrero no começo do segundo tempo do clássico. A outra levantava a possibilidade de interferência do VAR para solicitar a revisão da jogada pelo árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima no monitor à beira do gramado.
As respostas para esses dois questionamentos estão atreladas. Parto do princípio de que a decisão do juiz do Gre-Nal foi correta. O amarelo aplicado para o jogador do Grêmio foi justo. O lance ocorreu no primeiro minuto da etapa complementar.
O volante chegou antes do adversário na disputa, deu um bico para afastar a bola e a perna direita subiu. Guerrero vinha no sentido contrário para a dividida. O gesto de Maicon foi de recolher a perna para tentar evitar o choque. Só que pela velocidade do lance o contato foi inevitável.
É a típica jogada que se enquadra naquilo que a regra trata como conduta temerária, que "significa que um jogador não considera o risco ou as consequências para seu adversário. O jogador deve ser advertido com cartão amarelo".
O que diferencia o lance para uma situação de expulsão direta é a intensidade. Em casos de conduta violenta (já que a bola já estava longe da disputa), o jogador deixaria a perna esticada para atingir o adversário de forma proposital. Não foi o que aconteceu. Maicon recolheu a perna.
Se a primeira resposta encaminha para a decisão correta no campo, a segunda também vai nesta direção. O árbitro de vídeo não interferiu justamente por aceitar a interpretação do árbitro Jean Pierre Lima como a mais adequada para a infração. Portanto, amarelo justo e postura do VAR acertada.