O gol de Víctor Cuesta representaria a vitória por 2 a 0 contra o Palmeiras e a classificação do Inter para a semifinal da Copa do Brasil. Esse seria o cenário correto na partida desta quarta-feira (17) no Beira-Rio. Só que o árbitro Rafael Traci cometeu erro de interpretação e anulou a jogada com a ajuda do VAR. Estou até agora procurando a falta sobre Felipe Melo. Não há ângulo ou imagem capaz de tirar a convicção de que o gol foi legal.
O lance é interpretativo e precisa ser dividido em dois momentos. Em um primeiro gesto, Rodrigo Moledo estabelece contato com com Felipe Melo. Entretanto, o volante permanece inteiro na disputa após essa ação e Moledo se desloca para trás para buscar espaço.
Depois, Cuesta salta para o cabeceio e toca nas costas de Felipe Melo. Mais uma vez não vejo carga faltosa capaz de deslocar o adversário. Chama atenção que o jogador do Palmeiras projeta o corpo à frente com as mãos para cima quando percebe que não alcançaria a bola e no momento em que já não havia contato com o colorado.
A crítica que faço aqui não é sobre a ação do VAR. O responsável pelo recurso não pode manifestar posição definitiva quando a questão é interpretativa. Portanto, o problema não está em pedir que o árbitro revise a jogada no monitor à beira do gramado. O ponto de discordância está na avaliação do juiz principal.
Até porque esse mesmo VAR tinha sido decisivo para a anulação do pênalti inexistente em Felipe Melo. Traci havia apitado a infração e voltou atrás depois de olhar o monitor. O volante do Palmeiras sequer foi tocado por Edenilson e se jogou claramente com a intenção de enganar a arbitragem. Deveria ter tomado amarelo por simulação.
No resumo de tudo, o resultado dos pênaltis acabou ajudando a corrigir a injustiça provocada pelo erro de avaliação da arbitragem no tempo normal.