Tite foi perfeito ao avaliar os gols do Brasil anulados com auxílio do VAR no empate em 0 a 0 contra a Venezuela pela segunda rodada da Copa América. O treinador utilizou a palavra "justiça" para definir as decisões tomadas pela arbitragem. Foi justamente o que aconteceu. O recurso eletrônico ajudou a fazer justiça na Arena Fonte Nova.
A jogada do primeiro gol anulado é interpretativa. É daqueles lances de impedimento em que o VAR solicita que o juiz principal faça a revisão no monitor à beira do gramado. Isso porque há a necessidade de avaliar se houve desvio no zagueiro da Venezuela ou se o toque do defensor caracteriza nova origem. O árbitro ficou com a primeira opção e considerou a jogada irregular. Entendo que a decisão foi acertada. Não vejo a rebatida no zagueiro como nova origem. O impedimento de Roberto Firmino foi bem marcado.
O segundo gol anulado é indiscutível. Não há margem para interpretação. O VAR simplesmente informou ao juiz principal sobre a irregularidade e a jogada foi anulada sem a necessidade de revisão à beira do gramado. Mais uma vez a participação de Roberto Firmino caracterizou a infração. Éverton cruzou, Philippe Coutinho chutou e tudo teria sido legal se a bola tivesse entrado direto no gol.
O problema foi que ela bateu no joelho de Firmino e o atacante estava impedido. De acordo com a regra 11, o jogador precisa estar atrás do penúltimo defensor. No lance em questão, o goleiro da Venezuela era esse a referência para determinar a posição do atacante brasileiro. Por isso, esse gol também foi bem anulado.
Dois lances capitais. Dois gols que teriam sido validados pelas decisões tomadas pela arbitragem dentro de campo, mas VAR ajudou a fazer justiça.