O ano de 2018 já começou para o melhor árbitro do Rio Grande do Sul. Sem tempo para férias, Anderson Daronco emendou o final da atual temporada nos treinamentos físicos para o ano que vem. Essa é a realidade da arbitragem gaúcha de um modo geral. O objetivo é estar 100% para realizar o teste físico da Federação Gaúcha de Futebol no dia 9 de janeiro. A prova é pré-requisito para trabalhar no Gauchão, que vai começar mais cedo por ser um ano de Copa do Mundo.
Daronco alcançou objetivos importantes ao longo de 2017. Pelo terceiro ano consecutivo, fechou o Brasileirão sendo recordista de escalas. Terminou a competição com 21 partidas apitadas. Oito delas foram confrontos de rivalidade regional, o que rendeu o apelido de "rei dos clássicos" ao árbitro.
O juiz gaúcho também passou por um processo de afirmação internacional no ano que está terminando. Foi escalado em sete jogos da Copa Sul-Americana e dois da Libertadores. Além disso, teve a responsabilidade de comandar uma verdadeira decisão de Copa do Mundo. Daronco foi o árbitro da partida em que a Argentina venceu o Equador, pelas Eliminatórias, e garantiu vaga no Mundial da Rússia. Abaixo, confira cinco perguntas para o melhor árbitro do Rio Grande do Sul.
Qual avaliação você faz de 2017?
O balanço é positivo. Sempre que começa um ano, algumas metas são estabelecidas. Nos últimos três anos, fui o árbitro que mais apitou no Campeonato Brasileiro. Não imaginava que seriam tantos clássicos. Esperava fazer a estreia de Libertadores, mas não esperava fazer tantos jogos internacionais, principalmente na Copa Sul-Americana. Foram muitos. E lá no fundo tinha a expectativa de fazer jogos de Eliminatórias, mas nunca imaginei que fosse ser na circunstância em que ocorreu. Sem esquecer o Campeonato Gaúcho pela oportunidade de estar trabalhando na final. O Gauchão tem um significado especial porque sempre foi a primeira competição em que sonhei em trabalhar. Agora é estabelecer as metas para 2018.
Você foi convocado para alguma competição internacional no começo de 2018?
Para 2018 não tem nada. A única competição é uma Libertadores sub-20. Eu já tive a oportunidade de fazer. Então, creio que a convocação será para outro trio brasileiro. A única coisa que sei é que a Conmebol realizará pré-temporada com todos os árbitros no decorrer de janeiro e fevereiro visando Libertadores e Sul-Americana.
O Gauchão 2018 começa mais cedo. Qual o impacto disso na preparação do árbitro?
É um preparação que não deixou de ocorrer. A temporada terminou perto do dia 20 de dezembro, praticamente. O ideal seria o árbitro ter um período de duas semanas sem pensar em teste, sem pensar em jogo e sem pensar em nada. Colocar os pés para cima e poder desfrutar um pouco mais da família. Como é um ano de Copa do Mundo e as competições começam antes, a preparação precisa ser antes também. Então, a minha nem terminou. Tem o teste físico agora no dia 9 de janeiro e a responsabilidade é muito grande. Sigo treinando e estudando.
Como são os cuidados com alimentação e os excessos durante as festas de final de ano?
Não tenho muita frescura. Não fico controlando muito isso aí. Claro que a bebida tem que ter um controle maior porque debilita muito o rendimento dos treinos. O rendimento cai muito se algum excesso for cometido nesse sentido. Em termos de comida, não me privo muito. Tem que aproveitar essa fase e desfrutar. Se não é só pressão. Quando chega na hora boa não dá para ficar com o freio de mão puxado.
A CBF promete colocar o árbitro de vídeo desde o começo do Brasileirão de 2018. As coisas estão bem encaminhadas para que isso ocorra?
Se fosse para aplicar hoje, obviamente a arbitragem estaria preparada. Claro que poderia ocorrer algum problema, pois é algo que precisa de adaptação. É um experimento da Fifa. Então, ele é posto à prova no jogo. Tomara que tudo funcione desde a primeira rodada. O árbitro de vídeo é uma ferramenta que não é para a arbitragem. É para o futebol.