No próximo dia 4 completam-se 30 dias do início da tragédia que devastou principalmente o Vale do Taquari. Já são 50 mortes provocadas pela inundação do começo de setembro, além de oito pessoas desaparecidas. Mas quem são esses moradores que perderam a vida repentinamente, deixando familiares, amigos e as comunidades de luto?
Uma equipe de repórteres dos veículos da RBS tem procurado resgatar as histórias dessas vítimas – até o momento, já são 43 retratadas. A editora Micheli Aguiar, que coordena esse trabalho na Redação Integrada, conta o que nos motivou a produzir esse conteúdo:
– Toda tragédia tem rostos e histórias que não devem ser esquecidos. Contar sobre quem eram as Zildas, a relação de amizade entre os Zanchetti, os Pereira e a cuidadora Leda, por exemplo, é mostrar que antes da enxurrada havia sonhos, relações e laços construídos. Fazer o registro de quem eram essas pessoas também é uma maneira de cobrar ação dos governantes para que tragédias como essa não se repitam (os perfis podem ser lidos através em GZH).
A cobertura das enchentes também foi intensa nos últimos cinco dias, só que com foco em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Com a cheia histórica do Guaíba, deslocamos diariamente equipes para os locais mais afetados pela chuva. Como mostram as fotos abaixo, o repórter Ian Tâmbara e o fotógrafo Ronaldo Bernardi estiveram na quarta-feira no bairro Arquipélago, na Ilha da Pintada, para mostrar de perto o drama dos moradores.
– Estamos acompanhando a situação das ilhas há um mês. No começo, conseguíamos chegar de carro até o final da Avenida Getúlio Vargas. Mas, nesse dia, o cenário foi bem diferente. Vimos moradores empilhando carros nas áreas que ainda restavam secas e, a partir dali, só conseguíamos seguir a pé. Logo, as galochas não serviram para mais nada. A água bateu na cintura rapidamente – conta Ian.
Responsável por captar as imagens, Bernardi diz que o que mais se via naquela quarta-feira eram moradores correndo de um lado para o outro:
– Era gente saindo a pé com mochilas, roupas, carregando o que podia. Fui passando por pessoas apavoradas e perdidas com a água que subia a cada segundo.
As reportagens das enchentes podem ser acessadas pelo site e pelo aplicativo de GZH.