Investigar é a essência do jornalismo. Por mais singelo que seja o tema, se ele for de interesse público, o repórter tem a obrigação de buscar as informações que não lhe são fornecidas. Não importa o tema nem a abrangência do impacto. Cabe ao jornalismo expor o que não deveria ser sonegado à sociedade, sempre com transparência e responsabilidade.
Desde o dia 6, os veículos da Redação Integrada de ZH, GZH, Rádio Gaúcha e Diário Gaúcho têm mostrado que a prefeitura de Porto Alegre acumula — em corredores de escolas, galpões e depósitos — caixas de livros, kits pedagógicos, equipamentos eletrônicos, materiais esportivos, brinquedos e camas para bebês, entre outros itens. Tudo comprado com dinheiro público, mas sem uso. Foram milhões de reais gastos com a aquisição de materiais escolares que até agora não chegaram ao destino final.
A partir de informações de servidores municipais, indignados com a situação dos materiais escolares, os repórteres Adriana Irion e Carlos Rollsing, do Grupo de Investigação da RBS (GDI), passaram a acompanhar o caso. Depois de presenciarem o acúmulo desses itens, ambos partiram para a análise de contratos e licitações para tentar entender as razões para isso estar ocorrendo.
Nesta sexta-feira (16), o Ministério Público tomou a decisão de apurar por que a Secretaria Municipal de Educação não entregou às escolas esses materiais armazenados.
Para Rollsing, as reportagens deixam claro que houve abundância de recursos públicos, gastos às pressas, e ausência de planejamento pedagógico e logístico:
— A relevância das reportagens foi permitir a busca por correção dos graves problemas, a reparação dos danos causados e também prevenir a repetição no futuro.
Adriana complementa:
— A importância está em ver o sistema se movimentando como deveria, ou seja, os depósitos sendo abertos para que o material chegue às escolas.
Os conteúdos de Adriana e Rollsing podem ser acessados neste link.