Causou espécie, no Sala de Redação, quando eu disse que não é apocalíptico o Grêmio empatar com o Juventude, quarta-feira (20). Ganhar é sempre melhor, claro, mas se trata de um inimigo direto que não o ultrapassaria na tabela. O Bragantino, que abre o Z-4, pega o São Paulo. Duvido que ganhe.
A questão, nua e crua, é a seguinte: a régua do Grêmio vem baixando por incompetência de si próprio. O mundo real é duro, e tem de ser vivido com a previsão de que dores virão.
O Grêmio joga pouco. Dou dois exemplos. E se, na Arena, o Tricolor tivesse ao menos empatado com o Criciúma, em vez de seguir se expondo até tomar o segundo gol e perder por 2 a 1? Contra o Atlético-MG, Gustavo Martins expulso, tomou o empate nos acréscimos e seguiu "para dentro deles". Deu tempo de levar outro e perder.
Com esses dois pontinhos — vaiados, feios, constrangidos, chamem do que for: é isso mesmo — hoje o Grêmio somaria a beleza de 41 e estaria com o boi na sombra. A vida para escapar do Z-4 é dura.
O Grêmio não cairá. Não há tempo hábil e a tabela ajuda. Uma leitura melhor e real do seu momento lá atrás, em vez de falar em Libertadores com a água já batendo na canela, teria evitado esses calafrios em seus torcedores.