Foi uma vitória da camisa mais pesada e de um técnico que sabe jogar final como poucos. A atuação do Grêmio não foi um primor. Até o fim do primeiro tempo, perdia por 1 a 0 com o Juventude controlando as ações.
Os dois gols em três minutos, de Cristaldo e Diego Costa, mataram uma decisão franca, aberta, em razão do gol logo no início do Juventude, de Gilberto. Mas o Grêmio teve algo que todo time precisa ter: atitude. O placar de 3 a 1 tem essa tatuagem.
Mesmo atrás no placar e sem achar soluções para atacar com lucidez, a luta foi uma marca do Grêmio. Sobrou indignação, algo que faz toda a diferença. Se não estava indo na técnica, que fosse na raça mesmo, atacando no volume, de um jeito ou de outro.
E isso tem muito a mão de Renato. Quando Pepê encaixou a marcação em Jadson, e Caíque teve menor espaço, aí sim, o Grêmio ganhou também no aspecto tático.
Diego Costa é o craque do campeonato. Chegou e desatou a fazer gols. Na final, deixou sua marca, com assistência no terceiro gol, de Nathan Fernandes. Ele poderia ser fominha e tentar o gol, mas esperou o segundo exato para o passe. Focou no Hepta, no coletivo, e não no prêmio individual.
O personagem é Renato Portaluppi. Quando todos defendiam que ele fechasse o time, após a largada instável no Gauchão, ele bateu pé na sua ideia: dois ponteiros, camisa 9 e armador. Tragam-me estas peças e deixem o resto comigo. Eis a mensagem. Mais: nenhum volante brucutu.
Agora é fazer ajustes pensando em voos maiores, sobretudo em se como se defender melhor diante de adversários mais fortes. Melhor promover ajustes ganhando um Hepta do que perdendo.