Na Libertadores, nos confrontos contra River Plate e Bolívar, houve maturidade e volume coletivo. O que é ótima notícia. Mas no ataque, se não fosse Enner Valencia, o ataque morreria. Luiz Adriano entra e não acrescenta. Pedro Henrique passa longe do PH do ano passado. Taticamente, Wanderson tem contribuído, mas falta-lhe algo imprescindível para a sua posição: gol. É mais assistente do que protagonista. Então, quando Enner não resolve ou para em um goleiro como Tadeu, do Goiás, o Inter não ganha.
O fato é que a diferença no ataque é Valencia. Ele é jogador do Inter, com o elogiável esforço da direção, mas a questão é que tem sido apenas ele a decidir. O empate sem gols com o Goiás foi resultado ruim na Serrinha. Com força total, até mereceu vencer no primeiro tempo. E como? Sempre com Valencia. Duas chances, duas defesas incríveis de Tadeu, um pênalti discutível sofrido por quem? Valencia.
O Goiás não teve vergonha de se fechar com linha de cinco ou até seis atrás, dando a bola ao Inter e marcando no seu campo, apostando no contra-ataque com dois ponteiros (Alano e Anderson) e o centroavantão João Magno. Não perde há oito jogos. Faltou lucidez e qualidade para furar a retranca.
O problema é só foco? Eis uma resposta simplista. O elenco colorado não sustenta jogos com reservas ou time misto. Por isso, está atrapalhado. Será assim contra o São Paulo: reservas. O fato é que a resposta terá de vir com certa urgência, com ou sem foco. O Brasileirão é um campeonato duro e traiçoeiro em termos de rebaixamento. Como disse a goleiro Rochet, no tom correto:
— Precisamos voltar a vencer para evitar complicação.