Percebia-se no semblante e até na linguagem corporal durante a apresentação. Luiz Adriano está feliz. Imagine viver uma rotina sem saber se, na volta do trabalho, a casa estará em pé. E seus familiares e amigos, vivos.
O ganês Christian Atsu, 31 anos, do Hatayaspor, tentava deixar o clube. Tinha feito o gol da vitória de seu time em rara chance dada pelo técnico na véspera do terremoto que o matou.
Podia ser qualquer um — inclusive Luiz Adriano. Viver com medo. Que sofrimento. Que angústia.
No Antalyaspor, ele era o 10, atrás do 9, mas fiquei com a sensação de que isso também pesou no combo que definiu sua volta a Porto Alegre, cidade natal.
A "centroavância" foi entrando no sangue de Luiz Adriano ao longo da carreira. Começou como atacante de beirada, fazendo gol em Gre-Nal sub-20 decisivo de Brasileiro em 2006, compondo com Alexandre Pato.
Quer terminá-la assim: como centroavante, em casa, onde tudo começou. Pode até ajudar numa emergência ou circunstância específica, mas o Inter o buscou para ser centroavante.
E Luiz Adriano quer jogar precisamente nesta função, sob os olhos do pai, Adriano Luiz e de seu núcleo familiar, no Beira-Rio.