Neymar, o único jogador realmente diferenciado da Seleção, craque mesmo, estava segurando demais a bola. E por dentro. Sempre tentava um e dois dribles. Esperava o contato. Enfim: ajudava na tarefa de marcá-lo. Os colombianos gostavam. Provocavam-no. Cometiam faltas.
O duelo com a Colômbia se arrastava, mais brigado do que jogado, até Neymar resolver tentar o chamado “tapa de prima”. Pronto. De primeira, ele achou Paquetá, o nome da partida, entrando na área. Gol. Brasil classificado para mais uma Copa, no Catar. Recorde mantido. Único país a disputar todos os Mundiais.
No jogo, o nó tático — para atacar: na defesa, Alisson mal tocou na bola — só desatou quando Tite arriscou. Trocou Fred por Vini Jr, recuando Paquetá. A rigor, de volante mesmo, o Brasil ficou só com Casemiro. Paquetá virou meia-atacante que ajuda na recomposição. Já deu certo outras vezes. Pode virar de arma secreta a opção 1.
Vini, desta vez, entrou bem na esquerda, sem medo de driblar. O time melhorou com a força de Matheus Cunha na vaga do apático Gabriel Jesus. Antony também entrou bem no lugar de Raphinha, que desta vez não conseguiu a vantagem pessoal.
O problema crônico são as laterais. Danilo e Alex Sandro estão muito abaixo do que se exige para a Seleção. E agora, como testar o time contra forças europeias?