O Grêmio segue afundado na lanterna do Brasileirão. Os adversários perderam o respeito. O primeiro tempo no Alfredo Jaconi foi de despreocupação azul, sem ímpeto, sem encurtar marcação, só cercando, dando espaço. Houve exceções, como Geromel e Chapecó, mas no geral a displicência pareceu-me a tônica. O tripé Victor Bobsin, Matheus e Darlan não criou, mas ninguém foi bem no Alfredo Jaconi.
Tanto que o técnico Tiago Nunes trocou no intervalo: o pesadão Diego Souza por Ricardinho e Darlan por Jean Pyerre. Melhorou, mas só no volume, pelo recuo estratégico do Juventude para apostar no contra-ataque. Lucidez mesmo, não houve. Rafinha segue só no nome. Ferreira não completa mais dribles.
Matheus está com a cabeça em Tóquio, na Olimpíada. Paulo Miranda falha em momentos decisivos. Quem não sabia? Falei antes: entre Rodrigues e ele, o primeiro. A chance de Rodrigues errar é menor. Resultado justo. O Juventude, valente e organizado, foi melhor e mais efetivo sempre. Está salvando o futebol gaúcho, aliás.
Aquela cena de Matheus Henrique xingando o técnico foi grave, contra o Santos. Quebra de disciplina. Difícil não ter consequências no ambiente, puxando o clima e o rendimento para baixo. Algo não está bem internamente. A direção deu prazo para Tiago Nunes, claramente: se não ganhar domingo, do Atlético-GO, cairá. Foi mais ou menos isso que o vice de futebol Marcos Herrmann deixou claro após a derrota fácil de 2 a 0. Com todas as letras. Isso após uma hora de conversa com a comissão técnica.