É impressionante a decadência fulminante de Jean Pyerre e seu talento com a bola no pé. Não faz muito, o grande Tostão assinava colunas, no plural, citando-o na Folha de S. Paulo entre elogios merecidos como peça rara no cenário brasileiro. Falava-se em jogar de fraque, craque canal 100, o último romântico.
Galvão Bueno o entrevistava no "Bem, Amigos" e se impressionava com sua lucidez para se expressar. Com razão, aliás. A seleção olímpica era questão de tempo. O Grêmio lhe dava a camisa 10, emblema de referência técnica e de aposta em um jovem da base.
De repente, a queda abrupta. Com lesões no meio, sim, mas muitos se lesionam e voltam lutando e mordendo o garrão, como se diz nas lides gaudérias.
Poucos meses se passaram, e Jean Pyerre já até perdeu a camisa 10. Agora é 88, um número insosso, que nada significa. De titular absoluto, agora é muito reserva. É a terceira opção na armação, atrás de Matheus Henrique e Jhonata Robert, este recém-chegado.
Se não der uma guinada na carreira, Jean Pyerre terminará como Paulo Henrique Ganso, só que sem o curto período de ouro no Santos para lembrar.