Paolo Guerrero se deu conta do passo errado que estava dando. Logo se espalhou, pelo país, a notícia do pedido de rescisão, depois de tudo o que Inter fez por ele no pior momento de sua carreira, punido por doping.
As pessoas lembraram de Corinthians e Flamengo, de onde também não saiu bem. A marca da ingratidão estava colando nele, o que não condiz com seu comportamento diário, pelo que recolhi de informações. É um profissional correto, de vestiário. E que, mesmo com as limitações da idade, ainda entrega qualidade em campo. Parece-me que prevaleceu o diálogo, como sempre insisti. A pergunta que fica é uma só: qual o sentido prático dessa novela toda, deflagrada pela nota oficial da "falta de respeito"?
Ainda que houvesse alguma pendência, senta e resolve – em vez de ligar o ventilador. Não é o caso. O Inter não deve nada a Guerrero, que teria de pagar um valor altíssimo, entre salários e luvas, se insistisse na rescisão com contrato em vigor até dezembro. Arrepiou, como se diz na gíria.
Foi uma tentativa de pressão para jogar mais vezes, vendo que Yuri Alberto e Thiago Galhardo estão fazendo gols. Só que errou a mão. Resta saber quanto tempo vai demorar para o torcedor o perdoá-lo, depois desse tiro no pé. Com chance de vender Yuri (Europa) ou até Galhardo (Arábia) em julho, para o Inter ficou tudo certo. O recado ao vestiário está dado pela nova direção, ao fazer do limão uma limonada: no grito, não.