Eis aí um conceito subjetivo no futebol. O que é exatamente um jogador caro? Some todos os salários de Renato no Grêmio, inclusive nos tempos de jogador. Compare com o que ele conquistou. Pense nos ganhos indiretos, como vendas, reforço da marca, sócios. Deve ser o personagem mais barato da história de um clube em todos os tempos.
Agora pense, no caso do Inter, em Uendel. Não sei quanto era o seu salário, mas não devia ser estratosférico. Raros jogadores causaram tanto prejuízo em um ano. Então ele foi infinitamente mais caro do que, quantitativamente, os salários de Guerrero e D'Alessandro juntos em 2020. Outro aspecto são os direitos.
Se o astro estiver livre no mercado, não é preciso um desembolso que, de clube para clube, tornaria tudo inviável. Então Borré, do River Plate, 25 anos, não é caro. Se o custo dele for mesmo R$ 1 milhão por mês, ao fim de seu contrato em Núñez, lembre-se que o Grêmio pagou R$ 10 milhões por Diogo Barbosa.
Dez meses do colombiano dão um Diogo Barbosa à vista. Bem vantajoso. Tem risco? Sempre tem. Aos 25 anos, será difícil revendê-lo em alto nível. Mas nem isso é impossível, com China, Mundo Árabe e EUA sempre ricos. O Grêmio ergue superávits há cinco anos também para isso: escolher o tiro certo alto no mercado, para mesclar com as crias da base.