Foi um Gre-Nal travado, mascado, sem inspiração, decidido na individualidade de Pepê e na melhor qualidade das alternativas de ataque do Grêmio. Tem sido a regra. Se está em maus lençóis, um Gre-Nal salva o Grêmio, agora com 10 clássicos sem perder para o rival. Como era de se esperar, as lesões e a instabilidade técnica dos times falaram mais alto.
Renato e Coudet optaram por correr o menor risco possível e se fecharam, mas o técnico gremista garantiu, ao menos, melhor circulação de bola, com alguma rapidez. O Inter viveu de lances aéreos e saída de bola com ligação direta. Pouco para quem jogava em casa e com chance de se classificar. Uma coisa é se proteger. Outra é renunciar ao ataque.
O Grêmio repetiu os três volantes do jogo com o Palmeiras. O Inter veio de Musto e Lindoso, uma dupla de volantes à antiga, com pouca mobilidade e raros passes para a frente. Nunca deu certo. Não deu de novo. Jogadas lúcidas de ataque, poucas nos dois lados. Chance de gol mesmo, só no segundo tempo. E aí apareceu a individualidade.
Pepê arriscou de fora da área e se deu bem. Já tinha perdido chance ao encobrir Lomba. O goleiro do Inter demorou a saltar no canto esquerdo: 1 a 0. Somente a partir daí o Inter arriscou. Tarde demais para ter um mínimo de ousadia. Coudet chamou Leandro e D’Ale, nos lugares de Marcos Guilherme e Lindoso. Foi à frente, e o Grêmio ficou no contra-ataque. O Grêmio mereceu a vitória também na parte mental. O Inter sumiu após o gol de Pepê. Os dois se classificarão na Libertadores, mas o incômodo de não ganhar Gre-Nal pode prejudicar o Inter na temporada.