A mesa diretora do Conselho Deliberativo (CD) do Inter recusou o pedido de adiamento das eleições presidenciais ou realização de plebiscito com os sócios decidirem. Em nota, o presidente do CD, José Aquino Flôres de Camargo, ressaltou que houve unanimidade para indeferir a proposta do ex-dirigente Roberto Siegmann. Ele alegou que o processo eleitoral já começou oficialmente.
Quanto ao motivo central para quem defende a tese do adiamento – as brigas políticas entrarem no vestiário e prejudicarem o time no momento mais decisivo da temporada, um risco inexistente em outros anos, pois a parada causada pela pandemia acumulou competições –, o ex-desembargador escreveu: "Antes de trazer serenidade, (o adiamento) envolveria o clube em absoluta insegurança jurídica". Aquino disse ainda que a democracia é um "valor" e que a "maturidade política assegurará a qualidade do debate de modo a não prejudicar o futebol".
Blindagem
As eleições, portanto, estão mantidas para 25 de novembro. Não houve acolhida para o adiamento até o fim das competições, ao final da temporada na prática, em razão da excepcionalidade do vírus, que atrasou tudo na vida de todos.
As candidaturas, para a presidência e conselho de gestão, devem ser encaminhadas até um mês antes (25 de outubro). Se uma chapa de consenso não for construída, o ambiente interno obviamente esquentará. Dois nomes da situação podem até concorrer em faixa própria: Alexandre Chaves Barcellos e Alessandro Barcellos.
O próprio Aquino, presidente do Conselho, de larga folha de serviços prestados ao Inter, é uma possibilidade, numa faixa mais independente.
E tem a oposição, liderada pelo Povo do Clube, que ainda não decidiu como agir. O presidente Marcelo Medeiros terá de trabalhar com Rodrigo Caetano para blindar o futebol, de modo a não correr risco de perda de foco. Um desafio e tanto para a instituição.