Quando o meio de setembro chegar, acavalando Brasileirão já em andamento com a volta da Libertadores, a maratona será insuportável. Sinceramente, não sei como Eduardo Coudet e Renato Portaluppi farão. Além de jogos contra adversários difíceis, haverá viagens mais desgastantes do que o normal.
Dá para escolher o recorte de quarta-domingo na tabela, mas só para dar uma noção de como isso pode impactar no rendimento e nas lesões, tomemos como amostragem o segundo Gre-Nal da Libertadores pela fase de grupos. Será em 23 de setembro, no Beira-Rio. Três dias antes (20), o Grêmio vai a São Paulo enfrentar o Palmeiras já na correria da reestreia na Libertadores, diante da Universidad Católica, no Chile (16). Nas mesmas datas, o Inter terá de cruzar esse continente chamado Brasil para medir forças contra o Fortaleza (20), após voltar à Libertadores em casa, contra o America, de Cali (16).
Quatro dias após o Gre-Nal, o Inter ao menos não terá viagem, mas o adversário é pedreira: São Paulo, no Beira-Rio. O Grêmio vai a Belo Horizonte experimentar o Atlético-MG de Jorge Sampaoli, o clube que mais investiu durante a pandemia. Isso depois de um Gre-Nal, naturalmente mais estressante, física e mentalmente.
E assim por diante, praticamente sem treinos, após quatro meses de recesso e com testes para covid-19 que, a cada bateria, podem desmontar escalações e estratégias. É uma loucura, mas tem outro jeito em uma temporada insana feito essa? Nem Jorge Jesus, se ainda estivesse à frente do Flamengo, conseguiria escalar força máxima sempre.